3 de dezembro de 2016

A CRIAÇÃO E O FIM DO MUNDO EM DIVERSAS CULTURAS - ASTECA



A CRIAÇÃO 

Os astecas acreditavam que, antes do presente, existiam outros mundos formados por quatro sóis, cada um com um tipo de habitante: 
Gigantes, que foram mortos por jaguares enviados por Tezcatlipoca;
Humanos que foram assomados por um grande vento feito por Quetzalcóatl, e então eles precisaram agarrar-se a árvores, transformando-se em macacos;
Humanos que viraram pássaros para não morrerem na chuva de fogo enviada por Tlaloc;
Humanos que viraram peixe para não morrerem no diluviu causado pela deusa Chalchiuhtlicue;
e os humanos atuais, predestinados a sumir pela destruição empreendida por Deus do sol pelos terremotos.
No quinto sol, tudo era negro e morto. Os deuses se reuniram em Teotihuacán para discutir a quem caberia a missão de criar o mundo, tarefa que exigia que um deles teria que se jogar dentro de uma fogueira. O selecionado para esse sacrifício foi Tecuciztecatl. No momento fatídico, Tecuciztecatl retrocede ante o fogo; mas o segundo, um pequeno Deus, humilde e pobre (usado como metáfora do povo asteca sobre suas origens), Nanahuatzin, se lança sem vacilar à fogueira, convertendo-se no Sol. Ao ver isto, o primeiro Deus, sentindo coragem, decide jogar-se transformando-se na Lua.
Ainda assim, os dois astros continuam inertes e é indispensável alimentá-los para que se movam. Então outros deuses decidiram sacrificar-se e dar a “água preciosa”, necessária para criar o sangue. Por isso se os homens são obrigados a recriar eternamente o sacrifício divino original.
Eles acreditavam que os deuses gostavam destes sacrifícios. Eles eram geralmente praticados com prisioneiros de guerras. Para eles era uma honra dar a vida por um deus.

O FIM

Bem, os Astecas viviam com o tormento do fim do mundo; ou como eles chamavam, do fim do Sol; sobre suas cabeças. Para eles, a humanidade atual seria a quinta, tendo, portanto, sido precedida por outras quatro.
A cada ciclo de 52 anos, segundo a mitologia Mexicana, o mundo corria sério risco de extinção, pois isso já havia ocorrido outras vezes no passado. Na realidade, o primeiro Sol, chamado naui-ocelotl (quatro-jaguar), teria sido destruído pelos jaguares, isso mesmo, os grandes felinos Mexicanos teriam descido das montanhas e devorado a humanidade.
O segundo Sol, chamado naui-eecatl (quatro-vento), teria sido destruído por Quetzalcoatl, o deus do vento, que teria soprado sobre o mundo um vento mágico que transformou a humanidade em macacos.
O terceiro Sol, chamado naui-quiauitl (quatro-chuva), teria sido destruído por Tlaloc, o deus da chuva, da água, do raio (de tudo relacionado à água, inclusive doenças), teria criado um imenso dilúvio que teria submergido o mundo em águas destruindo toda a humanidade.
Do gigantesco dilúvio, que durou 52 anos (este era um número pragmático para os Astecas, muito provavelmente por corresponder à metade do tempo (104 anos) que levava para que o início de um ano terrestre coincidisse com o início de um ano de Vênus, planeta pelo qual os Astecas tinham adoração), sobreviveram apenas um homem e uma mulher. No entanto, a humanidade não descende deles, pois, por terem sobrevivido, contrariando o desejo dos deuses, Tezcatlipoca os teria transformado em cães.
O nosso mundo, ou nosso Sol, denominado naui-ollin (quatro-terremoto) teria sido recriado pela bondade de Quetzalcoatl, que resgatou do inferno (reino do deus Mictlantecuhtli) os ossos dos mortos e, regando-os com seu próprio sangue, restaurou-lhes a vida para reinar entre eles. Porém, como vimos anteriormente, Tezcatlipoca expulsou-o para Tlillan Tlapallan, de onde prometeu voltar para resgatar seu trono.
Para impedir nosso mundo de ser destruído, coisa que os Astecas acreditavam que pudesse acontecer a cada 52 anos, eles faziam uma cerimônia especial chamada de Fogo Novo.
Em todas as casas, se apagava o fogo e se quebrava toda a louça, os sacerdotes escolhiam um prisioneiro para ser sacrificado e o conduziam até o topo do monte uixachtecatl. Lá, o prisioneiro era sacrificado, tendo seu peito aberto por uma faca de sílex. Depois, um dos sacerdotes pressionava uma tocha acessa contra o peito aberto do indivíduo (às vezes ainda vivo) quando o fogo da tocha se apagava, era considerado aceso o Fogo Novo.
Para festejar, cada família reacendia seu fogo e comprava louças novas, enquanto que o Tlatoani realizava alguma obra (geralmente a ampliação do Grande Templo) como forma de expressar sua gratidão aos deuses por mais 52 anos de existência.


Ao todo, foram realizadas sete cerimônias do Fogo Novo (1195, 1247, 1299, 1351, 1403, 1455 e 1507), a primeira delas enquanto os Astecas ainda estavam em marcha para o México. A oitava, prevista para 1559, não se realizou porque o Império já havia sido conquistado pelos Espanhóis.

Fonte: http://ahduvido.com.br/a-criacao-e-o-fim-do-mundo-em-diversas-culturas 

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