A CRIAÇÃO
“Mitos de origem” ou “mitos de
criação”, na mitologia grega, são termos alusivos à intenção de fazer com que o
universo torne-se compreensível e com que a origem do mundo seja explicada.
Além de ser o mais famoso, o relato mais coerente e mais bem estruturado sobre
o começo das coisas, a Teogonia de Hesíodo também é visto como didático, onde
tudo se inicia com o Caos: o vazio primitivo e escuro que precede toda a
existência. Dele, surge Gaia (a Terra), e outros seres divinos primordiais:
Eros (atração amorosa), Tártaro (escuridão primeva) e Érebo. Sem intermédio
masculino, Gaia deu à luz Urano, que então a fertilizou. Dessa união entre Gaia
e Urano, nasceram primeiramente os Titãs: seis homens e seis mulheres (Oceano,
Céos, Créos, Hiperião, Jápeto, Téia e Reia, Têmis, Mnemosine, Febe, Tétis e
Cronos); e logo os Ciclopes de um só olho e os Hecatônquiros (ou Centimanos).
Contudo, Urano, embora tenha gerado
estas divindades poderosas, não as permitiu de sair do interior de Gaia e elas
permaneceram obedientes ao pai. Somente Cronos, “o mais jovem, de pensamentos
tortuosos e o mais terrível dos filhos”, castrou o seu pai–com uma foice
produzida das entranhas da mãe Gaia–e lançou seus genitais no mar, libertando,
assim, todos os irmãos presos no interior da mãe. A situação final foi que
Urano não procriou novamente, mas o esperma que caiu de seus genitais cortados
produziu a deusa Afrodite, saída de uma espuma da água, ao mesmo tempo que o
sangue de sua ferida gerou as Ninfas Melíades, as Erínias e os Gigantes, quando
atingiu a terra. Sem a interferência do pai, Cronos tornou-se o rei dos titãs
com sua irmã e esposa Reia como cônjuge e os outros Titãs como sua corte.
Quando Cronos tomou o lugar de Urano, tornou-se tão perverso quanto o pai. Com
sua irmã Reia, procriou os primeiros deuses olímpicos (Héstia, Deméter, Hera,
Hades, Poseídon e Zeus), mas logo os devorou enquanto nasciam, pelo medo de que
um deles o destronasse. Mas Zeus, o filho mais novo, com a ajuda da mãe,
conseguiu escapar do destino e travou uma guerra contra seu progenitor, cujo
vencedor ganharia o trono dos deuses. Ao final, com a força dos Cíclopes–a quem
libertou do Tártaro–Zeus venceu e condenou Cronos e os outros Titãs na prisão
do Tártaro, depois de obrigar o pai a vomitar seus irmãos. Para a mitologia
clássica, depois dessa destituição dos Titãs, um novo panteão de deuses e
deusas surgiu. Entre os principais deuses gregos estavam os olímpicos- cuja
limitação de seu número para doze parece ter sido uma idéia moderna, e não
antiga – que residiam no Olimpo abaixo dos olhos de Zeus. Nesta fase, os
olímpicos não eram os únicos deuses que os gregos adoravam: existiam uma
variedade de divindades rupestres, como o deus-cabra Pã, as ninfas— Náiades
(que moravam nas nascentes), Dríades (espíritos das árvores) e as Nereidas (que
habitavam o mar) —, deuses de rios, Sátiros e outras divindades que residiam em
florestas, bosques e mares. Além dessas criaturas, existiam no imaginário grego
seres como as Erínias (ou Fúrias) (que habitavam o submundo), cuja função era
perseguir os culpados de homicídio, má conduta familiar, heresia ou perjúrio.
Prometeu, filho do titã Jápeto, criou
artesanalmente a raça humana – homens e mulheres – moldando-os com argila e
água. E então Atena, deusa da sabedoria, ao ver essas criaturas, insuflou em
seu interior alma e vida.
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