O poderoso Marduk dos cinqüenta nomes
era o deus da guerra e do céu dos antigos Babilônios. Ele criou a Babilônia
como seu lar e os seres humanos para viver lá e trabalhar para os deuses,
depois de derrotar a maligna Tiamat.
Filho de Ea e Dumkina, Marduk começa
sua existência no abismo profundo, no coração de Apsu. Ele nasceu já maduro,
forte e belo, com quatro olhos e quatro orelhas e cuspia fogo sempre que
falava. Ele tinha o dom da mágica e comandava os ventos. Marduk era um herói, líder
desde o nascimento, pertencendo a geração de deuses jovens e eleito rei dos
Igigi para destruir Tiamat.
Tiamat era a terrível deusa da terra,
do caos primordial. Ela pertence às fileiras dos antigos deuses, dos quais ela
estava abusando. E é Marduk quem é escolhido para matá-la, no mito babilônico
da criação. Este mito narra a batalha entre Marduk e Tiamat, o bem e o mal. Foi
escrito entre os séculos 8 e 12 a.C. mas origina-se de tempos anteriores, da
mitologia suméria, no Enuma Elish.
Marduk, maior entre os deuses, foi
feito rei e sua tarefa heróica era matar Tiamat. Ele confeccionou uma rede para
prendê-la e então chamou os ventos, subiu em sua biga e partiu para a batalha.
Seguiu o som da fúria de Tiamat e encontrou-a. Esta tentou persuadi-lo com
feitiços e palavras, mas Marduk era muito esperto para ela. Ele a desafiou para
uma batalha somente entre eles e ela aceitou.
Eles tiveram uma longa e árdua
batalha e finalmente Marduk a aprisionou em sua rede usando os ventos contra ela.
Tiamat então tentou engolir Marduk mas este ordenou ao vento Imhullu adentrar
sua boca mantendo-a aberta. O deus então disparou uma flecha que a perfurou por
dentro matando-a. Depois perseguiu os seguidores de Tiamat para recurar a Tábua
dos Destinos. Os deuses comemoraram a derrota de Tiamat e presentearam Marduk
com seus cinqüenta nomes.
Retornando à carcaça de Tiamat ele
usou as partes de seu corpo para criar os céus, as montanhas e os rios. Criou
então a Babilônia para ser seu lar na Terra e os humanos para trabalhar para os
deuses. Esta é a história da criação segundo os babilônios. Ela tem
similaridades com outras histórias incluindo a violenta versão dos nórdicos,
embora seja bastante anterior a esta.
Este mito mostra um pouco da
filosofia dos antigos babilônios, eles reverenciavam Marduk como seu grande
criador, mas mostra também o que pensavam sobre eles próprios. Foram criados
pelo deus para trabalhar o solo e servir aos deuses e não tinham expectativas
de salvação eterna. Eles estavam à mercê dos deuses durante a vida, sendo seus
servos e escravos. No entanto por isso mesmo aproveitavam a vida e o que ela
tinha a oferecer.
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