A CRIAÇÃO
A história da criação encontrada nos
dois primeiros capítulos do livro da Gênesis descreve um começo sobrenatural
para a Terra e a vida.
O capítulo 1 descreve a criação do mundo
por Deus (Elohim) através da fala divina culminando com a criação da humanidade
à imagem de Deus e a designação do sétimo dia como Sabbath, um dia de descanso
ordenado por Deus. No segundo capítulo, Deus (Iavé) cria primeiro o homem, na
figura de Adão e, depois, a mulher, Eva, que é criada a partir de uma costela
de Adão. Termina com uma afirmação referente ao casamento entre o homem e a
mulher. A visão de mundo por trás desta história é o da cosmologia comum no
Antigo Oriente Médio, que concebe a Terra como disco plano com infinita água
acima e abaixo. Acreditava-se que o céu era formado por um firmamento sólido e
metálico (lata de acordo com os sumérios e ferro conforme os Egípcios)
separando o mundo habitado das águas que o rodeavam. As estrelas estavam
incrustadas na superfície inferior deste domo, com portões que permitiam a
passagem do Sol e da Lua. O disco da Terra era visto como um continente-ilha
único rodeado por um oceano circular, que era ligado aos mares conhecidos – Mar
Mediterrâneo, Golfo Pérsico e o Mar Vermelho. Como mito de criação, é similar a
outras histórias da mitologia babilônica antiga, como o Enuma Elish diferindo
delas em sua aspecto monoteísta.
As passagens têm uma longa e complexa
história de interpretação. Até a última metade do século 19, ela eram vistas
como um contínuo uniforme: Gênesis 1:2:6 descrevendo as origens do mundo e
Gênesis 2:2:25 mostrando uma pintura mais detalhada da criação da humanidade.
Estudos modernos observaram o uso de nomes distintos para Deus nas narrativas
(Elohim versus Iavé), diferentes ênfases (física versus moral) e divergência na
ordem de criação (ex. plantas antes de humanos versus humanos antes de plantas)
e concluíram que estes textos possuem origens distintas.
PRIMEIRO RELATO DA CRIAÇÃO
O primeiro relato da criação começa
com o período indeterminado em que Deus (aqui chamado de Elohim) cria os céus e
a terra a partir do nada (ex nihilo) ou das águas primordiais (tehom)/caos.
Depois descreve a transformação da criação em seis dias do caos até o estado de
ordem que culmina com a criação do humanos à sua própria imagem. O sétimo dia é
santificado com um dia de descanso.
A semana de criação consistem em 8
comandos divinos em seis dias, seguido de um dia de descanso.
Primeiro dia: Deus cria a luz (O
primeiro comando é “Haja luz”). A luz é dividida da escuridão.
Segundo dia: Deus cria um firmamento
(o segundo comando é “Faça-se um firmamento no meio das águas, e haja separação
entre águas e águas”).
Terceiro dia: Deus manda as águas se
juntarem em um lugar e a terra seca aparecer (o terceiro comando é “Ajuntem-se
num só lugar as águas, que estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco”).
Deus manda a terra fornecer ervas, plantas e árvores frutíferas (o quarto
comando é “Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas
que, segundo as suas espécies, dêem fruto que tenha em si a sua semente, sobre
a terra”).
Quarto dia: Deus cria luzes no
firmamento para separar a luz da escuridão e marcar dias, estações e anos. Dois
grandes luzeiros são criados (provavelmente o Sol e a Lua) e as estrelas. (o
quinto comando é “Haja luzeiros no firmamento do céu, que façam separação entre
o dia e a noite; sejam eles para sinais, e para tempos determinados, e para
dias e anos; e sejam para luzeiros no firmamento do céu a fim de alumiar a
terra”).
Quinto dia: Deus manda o mar se
encher de criaturas vivas e pássaros voarem pelos céus (o sexto comando é
“Produzam as águas enxames de seres viventes, e voem as aves acima da terra no
firmamento do céu.”). Deus cria pássaros e criatura e os manda serem frutíferos
e se multiplicarem (o sétimo comando é “Frutificai, multiplicai-vos e enchei as
águas nos mares, e multipliquem-se as aves sobre a terra.”)
Sexto dia: Deus manda a terra
produzir criaturas vivas (o oitavo comando é “Produza a terra seres viventes
segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis e animais selvagens
segundo as suas espécies”), fez feras selvagens, animais e répteis. Cria,
então, a humanidade à sua própria imagem e semelhança (o nono comando é
“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança: domine ele sobre
os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre toda
a terra e sobre todo o réptil que se arrasta sobre a terra.”). O décimo comando
é “Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os
peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam
sobre a terra.” Deus descreve a criação como “muito boa”.
Sétimo dia: Deus descansa e abençoa o
sétimo dia.
O relato se aproxima mais intimamente
dos contos mesopotâmicos, detalhando a formação de características únicas a
partir da separação das águas, um entendimento que se refletiria no Novo
Testamento, em II Pedro 3:4-7, onde é entendido que “a Terra foi formada de
água e por água” À luz da mitologia Jungiana (ou comparada), acadêmicos como
Joseph Campbell acreditam que esta criação a partir da água pode ser
reminiscência de religiões neolíticas de deusas matriarcais, onde o universo
não é criado, mas parido. (i.e., as águas representam o fluido amniótico).
De acordo com o acadêmico sobre o
Velho Testamento Gordon Wenhm, este relato evidencia marcas de uma criação
literária cuidadosamente escrita com uma agenda teológica distinta: a elevação
de Iavé, o Deus dos israelitas, sobre todos os outros deuses, notavelmente
Marduk,o deus dos babilônios.
As formas plurais em “Façamos o homem
à nossa imagem” indicam, segundo estudos acadêmicos modernos, o reflexo da
visão comum no Antigo Oriente Médio de um deus supremo (ver o deus El rodeado
de um corte divina, os Filhos de Deus). Alguns Cristãos trinitários interpretam
esta forma plural como uma evidência da doutrina da Santíssima Trindade.
Atualmente, para muitos cristãos e
judeus, os sete dias da criação do mundo, de que fala a Bíblia, não devem ser
entendidos literalmente e representam apenas uma forma metafórica e alegórica
de explicar a criação do Universo. Mas, mesmo assim, algumas correntes cristãs,
denominadas fundamentalistas, originárias em certas regiões dos Estados Unidos,
defendem leitura literal da Bíblia e, motivadas por este relato de criação e
outros trechos da bíblia, rejeitam a idade do universo e da Terra estipulada
pela ciência moderna e defendem que o universo surgiu em apenas seis dias há
menos de 10 mil anos. Este movimento é chamado de criacionismo cristão e se
apresenta de diversas formas, variando desde o criacionismo da Terra plana, que
defende um modelo de Terra plana, até a aceitação dos teorias científicas
modernas sem conflito com a leitura da Bíblia.
SEGUNDO RELATO DA CRIAÇÃO
O segundo relato da criação descreve
Deus (chamado de Iavé) formando o primeiro homem (Adão) da poeira e
assoprando-lhe vida pelas narinas, plantando o jardim, formando os animais e
pássaros e, finalmente, criando a primeira mulher, Eva, para ser sua
companheira. Iavé tendo criado o jardim do Éden, manda que o homem o trabalhe e
tome conta dele, permite que coma de todas as árvores exceto da árvore do
conhecimento do bem e mal porque no dia que o homem dela comesse certamente
morreria. Iavé já havia criado os animais e, então, apresenta-lhes todos a Adão
e este é incapaz de encontrar uma auxiliar satisfatória entre eles, então Iavé
adormece Adão e retira-lhe uma costela, da qual cria a mulher, que adão nomeia
Eva (heb. ishshah, “mulher”) porque foi tirada do homem (heb. ish, “homem”).
Por causa disso, “deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne”. Genesis 2 termina com a nota de que homem e
mulher estavam nus e não se envergonhavam.
Genesis 3 introduz a serpente, “a
mais astuta dos animais do campo”, a serpente convence a mulher a comer da
árvore do conhecimento, dizendo-lhe que não morreriam, mas tornar-se-iam como
deuses. Eva aquiesce e oferece o fruto ao homem, que também come do fruto e
“seus olhos foram abertos” e deram-se conta de que estavam nus. Cobriram-se
então com folhas de figueira e esconderam-se de Iavé. Iavé pergunta o que
fizeram. Adão culpa Eva e Eva culpa a serpente. Iavé amaldiçoa a serpente e
então amaldiçoa Adão e Eva como trabalho pesado e dores de parto. Iavé fez
túnicas de peles para ambos e, sendo o homem “como um de nós, sabendo o bem e o
mal” e para impedir-lhe de comer da árvore da vida, os expulsa do jardim e
coloca um querubim armado com uma espada de fogo a cuidar as portas da terra de
onde haviam sido expulsos.
Este segundo relato é estimado ser
muito mais antigo que o primeiro e reflete um contexto literário e histórico
distinto. Sua apresentação usa imagens provenientes da antiga tradição pastoral
de Israel e trata da criação do primeiro homem e da primeira mulher no Jardim
do Éden e encontra paralelos na história de Atrahasis, uma epopéia acadiana do
século XVIII AEC. Os povos da antiguidade observam a decomposição dos corpos
das pessoas mortas, que se convertia em pó, em sua interpretação. Esse fato os
levou a postular que o homem era feito essencialmente de pó. Esse conceito era
compartilhado por diversos povos como os babilônicos, egípcios, gregos e
romanos. De fato, um grande número de mitos de criação de toda as partes do
mundo descrevem criação a partir de material do solo, normalmente, argila. O
mais antigos dos mitos de criação conhecido, o dos sumérios da Mesopotânia,
conhecido como Eridu Genesis, descreve a criação dos homens a partir de barro
por deuses embriagados, que os deixaram cheios de imperfeições.
A história de Adão e Eva, embora
superficialmente diferente, encontra íntimos paralelos com a história de
Enkidu, um selvagem esculpido pelos deuses a partir de argila, e Shamhat, uma rameira
contratada para seduzi-lo. Após seis dias e sete noites com a rameira, Enkidu
não mais é servido pelos animais e plantas da floresta e “perdera sua força
pois agora tinha o coração dentro de si, e os pensamentos do homem ocupavam seu
coração” e Shamhat lhe disse “És sábio, Enkidu, e agora te tornaste semelhante
a um deus”. Na cultura do Antigo Oriente Médio, as palavras “fruto” e
“conhecimento” carregam ambas forte conotação sexual, inbu, por exemplo,
siginifica tanto “fruto” como “sexo” em babilônico enquanto “conhecimento” em
hebreu pode siginificar “relação sexual”.
A serpente era uma figura amplamente
difundida na mitologia do Antigo Oriente Médio. Diversos objetos de culto foram
descobertos por arqueólogos no estrato da Idade do Bronze em diversas cidades
pré-Israelitas em Canaã: dois em Megiddo, um em Gezer, um no sanctum sanctorum
da área do templo H em Hazor, e dois em Shechem. Na região circundante, o
santuário Hitita da baixa idade do bronze continha estátuas em bronze de um
deus segurando uma serpente em uma mão e um bastão em outra. Na Babilônia do
século XI AEC, um par de serpentes de bronze emoldurava cada uma das entradas
do templo de Esagila. Os antigos mesopotâmicos e semitas acreditavem que a
serpente era imortal por ser capaz de mudar de pele. Na Epopeia de Gilgamesh,
Gilgamesh obtém a a flor de uma “maravilhosa planta” que poderia “devolver ao
homem toda a sua força perdida”, uma serpente, no entanto, roubou-lhe a flor e
imediatamente trocou de pele.
A doutrina do pecado original, defendida
por alguns cristãos, segundo a qual o homem nasce com pecados tem origem neste
relato da Gênesis, em especial na desobediência de Adão e Eva ao comer do fruto
proibido por Iavé.
O FIM
CRISTIANISMO
Jesus Cristo, conforme registrado nos
Evangelhos de Mateus, capítulos 24 e 25, Marcos, capítulo 13 e Lucas, capítulo
21, teceu considerações extensas sobre aquilo que ensinou ser a sua próxima
vinda ou advento bem como o fim do mundo. No entanto, afirmou que mais ninguém
além de Deus sabia quando isso viria a acontecer. As palavras gregas syntéleia
e aión que dão origem à expressão fim do mundo em algumas traduções da Bíblia,
são no entanto vertidas por outras expressões por diferentes tradutores.
Tomando como exemplo o versículo de
Mateus 24:3, a versão Almeida, Versão Corrigida e Fiel, reza:
“E, estando
assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em
particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da
tua vinda e do fim do mundo?”
Alguns exemplos da tradução de ????
(aión) em outras traduções bíblicas são:
·
“fim do mundo” – Bíblia Sagrada,
Missionários da Difusora Bíblica Fransciscanos Capuchinhos, 2002
·
“fim do mundo” – Redação IntraText –
Bíblia Pastoral da Editora São Paulo, 1993
·
“fim do mundo” – Bíblia Ave Maria
·
“fim do mundo” – Almeida, Versão
Revista e Corrigida
·
“consumação do século” – Almeida,
Versão Revista e Atualizada
·
“fim da era” – Today’s English
Version
·
“fim desta época” – Bíblia de
Jerusalém, nova edição revista e ampliada, 2002
·
“conclusão da era” – Rotherham
·
“terminação do sistema de coisas” –
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, 1984, Sociedade Torre de Vigia
de Bíblias e Tratados
·
“consummação do seculo” – Padre
António Pereira de Figueiredo, 1900
·
“encerramento da era” – Revised
Standard Version, tanto na edição protestante como na católica.
·
“fim da era” – The New English Bible
·
“tempo… de tudo acabar” – Nova
Tradução na Linguagem de Hoje
Assim, para muitos comentadores
bíblicos, esta expressão permite conceber um fim definitivo para o planeta
Terra, junto com todo o seu conteúdo. Em contraste, para vários outros, o que
realmente chegará ao fim é uma “era” e não a terra literal e seus habitantes,
visto que aión é diferente de kósmos, palavra que em geral designa o mundo da
humanidade. Também, as palavras “conclusão”, “consumação” ou “terminação” são
traduções mais precisas da palavra grega syntéleia, que é diferente de telos,
usualmente traduzida por fim ou fim completo.
Alguns cristãos no Século I d.C.
acreditavam que o fim do mundo ou das eras, como consequência da segunda vinda
de Cristo, ocorreria durante as suas vidas. À base dos conselhos que o Apóstolo
Paulo deu aos cristãos em Tessalônica, percebe-se que alguns argumentavam que a
volta de Jesus era iminente e que tais especuladores pregavam ativamente essa
sua teoria. Parece que alguns até mesmo usavam isso como desculpa para não
trabalhar para o seu próprio sustento. O Apóstolo Paulo alertou então:
“Agora, irmãos, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e ao nosso encontro com ele, pedimos a vocês o seguinte: não se deixem perturbar tão facilmente! Nem se assustem, como se o Dia do Senhor estivesse para chegar logo, mesmo que isso esteja sendo veiculado por alguma suposta inspiração, palavra, ou carta atribuída a nós.” (2 Tessalonicenses 2:1,2) – Redação IntraText – Bíblia Pastoral da Editora São Paulo, 1993
“Agora, irmãos, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e ao nosso encontro com ele, pedimos a vocês o seguinte: não se deixem perturbar tão facilmente! Nem se assustem, como se o Dia do Senhor estivesse para chegar logo, mesmo que isso esteja sendo veiculado por alguma suposta inspiração, palavra, ou carta atribuída a nós.” (2 Tessalonicenses 2:1,2) – Redação IntraText – Bíblia Pastoral da Editora São Paulo, 1993
No entanto, alguns anos mais tarde, a
carta atribuída ao Apóstolo Pedro, continha o seguinte alerta:
“Amados, esta é, agora, a segunda
epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa
mente esclarecida, para que vos recordeis das palavras que, anteriormente,
foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador,
ensinado pelos vossos apóstolos, tendo em conta, antes de tudo, que, nos
últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as
próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde
que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da
criação.” (2 Pedro 3:1-4) – Almeida, Versão Revista e Atualizada
As palavras concludentes do último
livro da Bíblia, Revelação ou Apocalipse, expressam a esperança cristã da vinda
de Cristo e da consequente consumação dos tempos, com as seguintes palavras:
“Aquele que atesta essas coisas, diz:
‘Sim! Venho muito em breve.’ Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22:20) –
Bíblia de Jerusalém, nova edição revista e ampliada, 2002
Com base nesta esperança do segundo
advento de Jesus Cristo, várias denominações cristãs vieram a desenvolver os
seus conceitos, sendo que alguns deles são divergentes, conforme se poderá
observar na análise comparativa das suas doutrinas.
CATOLICISMO
Em 130 d.C. Justino, o Mártir
acreditava que Deus estaria a atrasar o fim do mundo porque desejava que o
Cristianismo se tornasse uma religião mundial. Por volta do Século III a
maioria dos professos cristãos acreditava que o fim dos tempos ocorreria depois
de suas mortes. Em 250 d.C. Cipriano, Bispo de Cartago, escreveu que os pecados
dos cristãos eram um prelúdio e prova de que o fim dos tempos estava próximo.
Alguns, recorrendo às Tradições Judaicas, fixaram o fim das eras na Sexta Idade
do Mundo. Usando este sistema, o fim foi anunciado para 202 d.C. mas, quando
esta data passou, foi fixada uma nova data. Na época de Clóvis I, considerado o
fundador da França e que se converteu ao catolicismo após ser entronizado como
rei em 481 d.C., alguns escritores católicos haviam apresentado a idéia de que
o ano 500 d.C marcaria o fim do mundo. Depois de 500 d.C., a importância e a
expectativa da vinda do fim do mundo ou das eras como parte dos fundamentos do
Cristianismo foi marginalizada e gradualmente abandonada. Apesar disso, surgiu
um temporário reavivamento dos temores relacionados com o fim dos tempos com a
aproximação do milésimo ano do nascimento de Cristo. Muitos acreditavam na
iminência do fim do mundo ao se aproximar o ano 1000. Segundo consta, as
atividades artísticas e culturais nos mosteiros da Europa praticamente
cessaram. Eric Russell observou no seu livro Astrology and Prediction: “‘Em
vista da proximidade do fim do mundo’ era uma expressão muito comum nos
testamentos validados durante a segunda metade do Século X.”
Para muitos católicos hoje em dia,
expressões tais como “Juízo Final”, “Dia do Juízo” ou “fim do mundo” suscitam
visões dum ajuste de contas final e da destruição da Terra. Sob o cabeçalho
“Fim do Mundo”, o conceituado Dictionnaire de Théologie Catholique (Dicionário
de Teologia Católica), declara: “A Igreja Católica crê e ensina que o mundo
atual, assim como Deus o fez e assim como é, não durará para sempre. Todas as
criaturas visíveis feitas por Deus no decorrer das eras[…] deixarão de existir
e serão transformadas numa nova criação.” Também, o católico Dictionary of
Biblical Theology (Dicionário de Teologia Bíblica) exalta a criação como “a
bondade de Deus”, e, como “uma verdadeira obra de arte”, mas prossegue
descrevendo como os elementos literais, físicos, experimentarão uma “total
inversão, mediante uma súbita volta ao caos”.
No entanto, muitos outros católicos
rejeitam a idéia do “fim do mundo”, sendo que para eles, a expressão apenas
indica um estado de mudança das atuais condições do mundo para condições novas,
tal como o mundo já teria sofrido outras metamorfoses no passado. Interpretam a
passagem do Evangelho de João, no capítulo 14, versículo 12: “Em verdade, em
verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e
fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai.” como um sinal
de constante desenvolvimento e aperfeiçoamento infinito do homem.
Santos dos Últimos Dias / MORMON
Os membros da Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias acreditam que Jesus Cristo, O Criador, irá aparecer
antes de sua Segunda Vinda a líderes e membros da Igreja que viveram em várias
eras. Essa aparição ocorrerá em Jackson County, Missouri, Estados Unidos da
América. Posteriormente, na Segunda Vinda propriamente dita, se estabelecerá em
Jerusalém e dirigirá uma era de mil anos de paz chamada de Milênio, quando
Satanás irá ser banido. No fim do Milênio, Satanás irá ser solto e a terra
entrará em uma guerra, a qual irá destruir o mundo inicialmente com fogo,
limpando a terra do mal. Todos os membros fiéis da igreja serão salvos da
destruição, mas cada homem ou mulher que já viveu na Terra, vivo ou morto, será
ressuscitado, ou posto em um estado de imortalidade.
O Julgamento Final que irá ocorrer no
final de tudo, irá separar todas as pessoas em três reinos divinos: o Reino
Celestial, o Reino Terrestre, e o Reino Telestial. No livro Doutrina e
Convenios, Joseph Smith Jr., autor principal do livro e o primeiro profeta,
líder e vidente da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias,
classificou estes reinos em níveis de glória; sol, a lua, e as estrelas. O sol
dá origem a brilho, e se relaciona a glória do reino celestial, o qual é para
aqueles que obedecem a todos os mandamentos, vivem de forma justa, e foram
batizados e casados em um templo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias. A lua, o segundo em ordem de brilho, se relaciona com o Reino
Terrestre, o qual é para aqueles que foram corretos em certo sentido, mas não
obedeceram constantemente a cada mandamento e/ou não foram batizados ou casados
no templo. As estrelas, sendo as menos brilhantes, se relacionam ao Reino
Telestial, para aqueles que não foram corretos, significando aqueles que
constantemente não obedeceram aos mandamentos e não foram batizados ou casados
no templo. Um pequeno grupo de pessoas, as quais ele chama Saídos das Trevas,
irão para onde Satanás foi enviado após o Pai Celestial o ter expulsado do céu.
Uma destas pessoas foi Caim, do relato de Caim e Abel no livro do Gênesis.
Testemunhas de Jeová
As Testemunhas de Jeová acreditam que
a Terra jamais será destruída, segundo o que entendem de versículos bíblicos
tais como Eclesiastes 1:4, Isaías 45:18 e Salmos 37:29. Ensinam que o propósito
de Deus é que o planeta se encha de humanos e que, portanto, a expressão “fim
do mundo”, ou “fim do sistema de coisas” conforme a versão da Bíblia que usam e
todas as outras versões da Bíblia ; refere-se à ocasião em que Deus, através do
seu Filho Jesus Cristo, estabelecerá um reino ou governo global, eliminado
todos os outros governos humanos.
Cristianismo Ortodoxo
A doutrina do cristianismo sofreu
variações pelo tempo. Desde os tempos do Antigo Testamento, que o povo judeu
ouvia dos profetas que haveria , em um futuro, ou um fim de todos os males, em
que Deus castigaria os injustos. já no Novo Testamento, Jesus mesmo faz menção
deste tempo (kairoi). Ou seja, haveria um (eschaton-kairos)..
Diferenças na interpretação, tem se
dividido entre os evangélicos estudiosos. Isto se deu bem no tempo de Jesus Mt
16.1-4, de Paulo At 17.17,18. Segundo Bultmann, Jesus esteve de acordo com os
escribas de seu tempo, em observar a lei. Mt 19.16-22.
Desde o primeiro século dominou-se entre os apóstolos o desejo de entender o antigo testamento. Contudo o método alegórico eram praticados por Clemente de Alexandria, Orígenes e São Agostinho.
Desde o primeiro século dominou-se entre os apóstolos o desejo de entender o antigo testamento. Contudo o método alegórico eram praticados por Clemente de Alexandria, Orígenes e São Agostinho.
Já na escola de Antioquia, havia
grupos que tentaram evitar o letrismo e a alegoria que havia em Alexandria.
No seculo XII, sugiu Nicolau de Lyra
que trouxe um significado importante do literal. Foi desta obra que Lutero se
abrilhantou, e muitos creem que foi esta obra que influenciou-o a reforma
(século XVI). Dai surgiu Calvino, e com ele surgiu grandes princípios para a
interpretação moderna. Foi dentro desta época que surgiram várias escolas
especializadas em “escatologia”, cada uma com suas interpretações:
Pré-milenismo
Crêem que Jesus arrebatará a sua
igreja antes dos mil anos, e após o arrebatamento a terra passará pelo período
da grande tribulação em que os judeus vão ser duramente perseguidos junto com
os remanescentes que ficarem. Esta posição foi adotada por Agostinho, despopularizado
em tempos futuros e revitalizado coma volta dos judeus a terra da palestina.
Atualmente esta escola se tornou sinônimo do dispensacionalismo, revitalizado.
Há ainda uma discordância entre pre-milenistas clássicos, e, os
dispensacionalistas. A principio a Igreja primitiva cria no milênio, mas de
forma não sistemática, hoje esta doutrina é conhecida como pré-milenismo
histórico.
Pós-milenismo
Crêem que através da evangelização, o
mundo finalmente será de Cristo. Cristo voltará a terra no fim do milênio.
Amilenismo
Aqui o milênio é simbólico, e o tempo
se refere a primeira e a segunda vinda de Cristo, nada aqui é literal. E a
escola mais recente que surgiu logo apos o pós-milenismo.Tendo surgido a mais
ou menos 150 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou dessa postagem? Não vá embora sem deixar seu comentário, ele é muito importante para nós!