A CRIAÇÃO
No início dos tempos havia dois
mundos: Orum, espaço sagrado dos orixás, e Aiyê, que seria dos homens, feito
apenas de caos e água. Por ordem de Olorum, o deus supremo, o orixá Oduduá veio
à Terra trazendo uma cabaça com ingredientes especiais, entre eles a terra
escura que jogaria sobre o oceano para garantir morada e sustento aos
homens. Na mitologia iorubá o deus supremo é Olorun, chamado também de
Olodumare. Não aceita oferendas, pois tudo o que existe e pode ser ofertado já
lhe pertence, na qualidade de criador de tudo o que existe, em todos os nove
espaços do Orun.
Olorum criou o mundo, todas as águas
e terras e todos os filhos das águas e do seio das terras. Criou plantas e
animais de todas as cores e tamanhos. Até que ordenou que Oxalá criasse o
homem.
Oxalá criou o homem a partir do ferro
e depois da madeira, mas ambos eram rígidos demais. Criou o homem de pedra –
era muito frio. Tentou a água, mas o ser não tomava forma definida. Tentou o
fogo, mas a criatura se consumiu no próprio fogo. Fez um ser de ar que depois
de pronto retornou ao que era, apenas ar. Tentou, ainda, o azeite e o vinho sem
êxito.
Triste pelas suas tentativas infecundas,
Oxalá sentou-se à beira do rio, de onde Nanã emergiu indagando-o sobre a sua
preocupação. Oxalá fala sobre o seu insucesso. Nanã mergulha e retorna da
profundeza do rio e lhe entrega lama. Mergulha novamente e lhe traz mais lama.
Oxalá, então, cria o homem e percebe que ele é flexível, capaz de mover os
olhos, os braços, as pernas e, então, sopra-lhe a vida.
O FIM
Na mitologia Iorubá, não há um mito
especifico sobre o fim. Para muitas vertentes, ele é inconcebível. O mais
próximo disso é o desaparecimento de Oxumaré. Oxumaré, orixá da chuva e do
arco-íris, o Dono das Cobras. Oxumaré (Òsùmàrè) é o orixá de todos os movimentos,
de todos os ciclos. Se um dia Oxumaré perder suas forças o mundo acabará,
porque o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante
movimento. Tudo será permanente, o planeta ficará sem os movimentos de
translação e rotação; imaginem uma estação do ano permanente, uma noite
permanente, um dia permanente. Oxumaré comanda a transformação, os ciclos e o
fim desses é o fim do mundo. Oxumaré mora no céu e vem à Terra visitar-nos
através do arco-íris. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e o céu e
assegura a unidade e a renovação do universo. Filho de Nanã Buruku, Oxumaré é
originário de Mahi, no antigo Daomé, onde é conhecido como Dan. Na região de
Ifé é chamado de Ajé Sàlugá, aquele que proporciona a riqueza aos homens. Teria
sido um dos companheiros de Odudua por ocasião de sua chegada a Ifé. Dizem que
Oxumaré seria homem e mulher, mas, na verdade, este é mais um ciclo que ele
representa: o ciclo da vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a
vida se perpetua. Oxumaré é um Orixá masculino. Oxumaré é um deus ambíguo,
duplo, que pertence à água e à terra, que é macho e fêmea. Ele exprime a união
de opostos, que se atraem e proporcionam a manutenção do universo e da vida.
Sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e imortal (no
espírito). Oxumaré mostra a necessidade do movimento da transformação.
Fonte: http://ahduvido.com.br/a-criacao-e-o-fim-do-mundo-em-diversas-culturas
Fonte: http://ahduvido.com.br/a-criacao-e-o-fim-do-mundo-em-diversas-culturas
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