- Ano:
1º ano
- Objeto/s
de conhecimento: Sentimentos, lembranças, memórias e saberes
- Habilidade/s:
(EF01ER05)
Identificar e acolher sentimentos, lembranças, memórias e saberes de cada
um.
(EF01ER06) Identificar as diferentes formas pelas quais as pessoas manifestam Sentimentos, ideias, memórias, gostos e crenças em diferentes espaços.
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Justificativa
Acredito
que na Unidade: Manifestações religiosas, é possível proporcionar o
conhecimento, a valorização e o respeito às distintas experiências e
manifestações religiosas, e a compreensão das relações estabelecidas entre as
lideranças e denominações religiosas e as distintas esferas sociais, de forma
lúdica e de fácil compreensão. É possível explorar os diferentes grupos a que
fazem parte ou os ambientes em que os estudantes vivem, ambiente familiar,
escolar, social e o grupo/espaço religioso, todos estão carregados de
lembranças, sentimentos e que por consequência estão nas memórias dos mesmos e
que em sala de aula serão explorados e compartilhados com os demais colegas.
Esse
objeto do conhecimento será abordado de forma lúdica, com muito diálogo e
contando com a participação dos estudantes. Apresentarei através de uma
problematização com a personagem Anahí – uma menina indígena, que irá contar um
pouco sobre os seus costumes, seus sentimentos de pertencimento a aldeia, suas
lembranças de convívio e o compartilhar do que está em sua memória para com os
colegas.
Nessa
sequência dessa aula foi possível perpassar por outros objetos de conhecimento:
Símbolos Religiosos (2º ano), Alimentos Sagrados (2º ano) e Ritos Religiosos
(4º ano) sem que seja sistematizado mais apenas citados pois, os estudantes
irão saber que dentro do objeto de conhecimento: Sentimentos, lembranças e
memórias eles existem e fazem parte da prática religiosa.
A aula foi elaborada no contexto da cidade de Curitiba que contempla uma aldeia urbana indígena e nomes de rios de origem indígena.
Sabemos que para os Povos Indígenas não há uma separação entre o Sagrado e o Profano, nesse momento é possível abordar alguns sinônimos para a palavra Sagrado ao falar com os estudantes, como: muito importante, que merece muito respeito, algo muito especial, os estudantes ainda estão realizando a ampliação do vocabulário e aos poucos é possível falar que para esses povos tudo é importante e por consequência se torna sagrado.
A partir da personagem Anahí é possível explorar as características da personagemcomo: nome, gostos e o modo de vida. É possível fazer a relação do dia-a-dia da personagem com o hábito de brincar dos demais estudantes, dos gostos que possui, da prática religiosa que realizam ou conhecem. Existe algo em comum entre Anahí, a personagem e os estudantes?
2
Objetivo
- Identificar e acolher sentimentos, lembranças, memórias e saberes de cada um dos estudantes; - Identificar as diferentes formas pelas quais as pessoas manifestam sentimentos, ideias, memórias, gostos e crenças em diferentes espaços.
A
troca irá enriquecer o campo das experiências vivenciadas pelos estudantes e a
percepção da diversidade que contém em sua sala de aula devido às diferentes
formas de crer.
5 Ações e Operações
•
Iniciar
a atividade com a seguinte questão (Será colocada em forma de cartaz no quadro
de giz com a realização de uma leitura apontada pelo professor):
•
A
partir da afirmação e das questões, levantar alguns questionamentos, tais como:
•
Quem
está falando? É possível saber sem que o personagem apareça?
•
O
que é uma aldeia?
•
Você
sabe o que é uma peteca?
•
Após
esses questionamentos e compartilhamentos de hipóteses, mostrar aos estudantes
a seguinte imagem:
Aqui
o professor poderá montar a imagem da personagem Anahí no formato de um
quebra-cabeça e colocar cada uma das imagens para que os estudantes
identifiquem a Anahí e também a utilização de letras que forma o nome da mesma
através de imagens menores que ao unir as iniciais formam o nome ANAHÍ.
• Considerando que nos anos iniciais, todo o processo pedagógico precisa contribuir para o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, a atividade acima, auxiliará na alfabetização matemática e no letramento.
• Vamos ler o que mais Anahí falou: colocar os balõezinhos de fala próximo a personagem no quadro de giz (com a realização da leitura apontada pelo professor/a):
Conversar
com os estudantes sobre as palavras que eles já conhecem e quais palavras são novas
– aqui podemos realizar a ampliação do vocabulário;
Fazer a relação balão a balão contextualizando com a realidade dos estudantes:
•
Nossa comunidade vive em uma aldeia? Será que em
nossa cidade existe uma aldeia indígena? Mostrar a Aldeia Kakané Porã –
Curitiba ou outra da sua região.
COHAB. Aldeia indígena
urbana Kakané Porã, no Campo de Santana. Curitiba, 17/04/2013 Foto: Rafael
Silva. Disponível em: https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/aldeia-indigena-de-curitiba-luta-para-preservar-cultura/29196
. Acesso em 15 nov 2021.
•
É importante falar sobre o uso do cocar que ao
caracterizar a Anahí, ele foi utilizado como um recurso, não é utilizado o
estereótipo apresentado normalmente. Falar que o uso do cocar acontece em
momentos importantes, especiais, festivos e/ou nos ritos religiosos, por isso é considerado
muito especial pelas populações indígenas.
•
Resgatar a brincadeira da peteca e perguntar com o que
os estudantes brincam hoje. Confeccionar ou desenhar a peteca no caderno. Se
confeccionada, interessante proporcionar aos estudantes brincarem com ela.
•
Fazer uma pesquisa com os familiares sobre as
brincadeiras que eles brincavam quando eram pequenos. Verificar se algumas dessas
brincadeiras são de origem indígena. É interessante para o trabalhar o conceito
de herança cultural, isso porque os conceitos de memória, saberes e sentimentos
guardam profunda relação com aquilo que recebemos dos pais e demais
antepassados.
•
Realizar as atividades que seguem:
Pode-se também realizar um caça
palavras das palavras que apareceram na fala da Anahí:
•
Em nossa cidade existem rios? Você conhece algum? Você sabe o/s nome/s
dele/s? – a partir disso, trabalhar a questão do nome indígena, como:
Barigui
= água de mosca
Passaúna
= homem negro – nome original: apahuna
Uvu
= água que brota da terra
Iraí
= água (ou rio) do mel (ira+i)
Para desenvolver mais aprendizagens, será necessário
observar uma série de questões e atividades:
•
Colocar no quadro as 3 palavras destacadas em
negrito;
• Você sabe o que uma OPY? Falar que é um lugar
sagrado onde os indígenas dançam e cantam. Construir uma Opy com tirinhas de
papel kraft, pode ser em dupla (grande para a produção de um cartaz) ou
individual (pequena que caiba no caderno).
Veja um exemplo dessa atividade: http://ensinoreligiosoemsala.blogspot.com/2016/04/opy-lugar-sagrado-1-ano.html
•
A Anahí disse que nesse espaço é realizado o
BATIZADO. Você sabe o que é um batizado?
•
Trazer imagens de diferentes batizados, nesse
momento é possível falar das religiões que realizam o batizado, como a Umbanda
e o Catolicismo ou a iniciação budista ou Vaishnava. Fazer uma atividade
sistematizada, como: Como as pessoas se sentem nesse dia; qual a forma de
registro do momento para que possam mostrar para outras pessoas ou que possam
revisitar em outro momento.
• Também é possível falar sobre o alimento – MILHO – quando todos se reúnem para comer, muitas pessoas têm o hábito de agradecer o alimento que está à mesa como parte da formação religiosa, tanto familiar quanto institucionalmente pela denominação religiosa.
•
Você já participou ou viu como é
realizado um batizado? Onde ele foi realizado?
•
Em nosso bairro existe uma opy ou
outros lugares onde as pessoas se reúnem?
•
Como atividade de casa, solicitar
que os estudantes tragam imagens de
lugares sagrados e lugares não sagrados para a sala de aula. Conjuntamente,
classificá-las com os estudantes e em seguida explorar como eles se sentem ou
que “comportamentos” devem ter quando frequentam esses lugares.
•
Após essa atividade é possível
explorar os lugares sagrados da comunidade.
Lembrando que além da diversidade já existente é preciso verificar se as
4 matrizes religiosas estão sendo contempladas.
•
Nesse momento o/a professor/a faz
a interferência e amplia a visão do estudante mostrando que no espaço de
referência, o bairro, a cidade é possível contemplar os lugares sagrados não
contemplados no espaço de vivência – a comunidade.
•
É possível pensar nas lembranças,
nas memórias que cada um guarda de algum momento em que participou de uma
cerimônia religiosa, que sentimento teve.
Ou até mesmo em momentos difíceis ou de agradecimento o que fazem os mais
velhos? A que ou a quem recorrem para que seus problemas possam ser
“resolvidos”. (aqui, não necessariamente, serão elencados somente os problemas
mas, todos os momentos em que se faz a relação com o sagrado – lembrando que
esse diálogo será partindo da contribuição dos estudantes).
• 6 Tempo
Será necessário de 5 a 6
aulas; iniciar com a matriz indígena
pode ser um meio para que as demais matrizes possam ser trabalhadas.
•
7 Recursos
Imagens de alguns ritos religiosos e espaços religiosos, caderno, lápis de cor, papel Kraft, giz, quadro verde.
•
8 Avaliação
A avaliação se dará no processo de
ensino-aprendizagem, na mediação e na interação dos estudantes. As atividades
devem proporcionar uma fala espontânea dos estudantes, é necessário que o/a
professor/a incentive a participação dos
estudantes, fazendo com que contem um pouco sobre a bagagem de
conhecimentos que já possuem e que possam (re)significa-los.
Solicitar que os estudantes façam
uma ilustração sobre como se sentiram em relação ao aprendizado realizado. Em
seguida, fornecer imagens como: a Opy Guarani, o batismo nas diferentes religiões, a iniciação Vaishnava e confeccionar um jogo da memória relacionando
as imagens aos sentimentos expressados pelos adeptos.
Com as mesmas imagens é possível
criar com os estudantes porta-retratos, e em seguida cada um irá ilustrar o seu
porta-retrato, com a sua lembrança, memória.
ESSA SEQUÊNCIA DIDÁTICA FOI APRESENTADA NA FINALIZAÇÃO DO CURSO: Fundamentos Metodológicos do Ensino Religioso - 09/10 a 30/10/2021- PUC/PR e FONAPER.
Agradeço de 💓 a sua visita ao blog e espero que as sugestões aqui postadas auxiliem no planejamento das suas atividades, mas ressalto que é de extrema importância que o meu trabalho seja referenciado. A demanda de tempo em pesquisar e elaborar as atividades é muito grande por isso, quando utilizá-las faça as devidas referências por gentileza ou escreva que foram Adaptadas de Adriana Mello ou Blog Ensino Religioso em sala de aula.
9 Referências
BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Curricular Comum, 2017.
COHAB. Aldeia indígena urbana Kakané Porã, no Campo de Santana. Curitiba, 17/04/2013 Foto: Rafael Silva. Disponível em: https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/aldeia-indigena-de-curitiba-luta-para-preservar-cultura/29196 . Acesso em 15 nov 2021.
Amei seu trabalho!
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