20 de janeiro de 2014

RITO DO CASAMENTO - 1° ANO - CANDOMBLÉ E UMBANDA

Para trabalhar com os alunos do 1° ano o rito do casamento na matriz africana realizei o seguinte encaminhamento:

MITO: A ORIGEM DO MATRIMÔNIO
             Nos primeiros tempos da humanidade, não havia muitos homens e mulheres. Naquela época, eles viviam divididos. Os homens caçavam os animais e as mulheres recolhiam as sementes das plantas. Os homens viviam nas cavernas das montanhas e as mulheres viviam próximas ao rio, em cabanas feitas de barro e folhas. Eles não se visitavam.
            Um dia, os homens foram caçar com suas   flechas e mataram um antílope, mas deixaram o fogo apagar e não puderam cozinhar o animal. Os homens eram como as mulheres: eles sabiam fazer muito bem as suas coisas e sempre conseguiram manter o fogo aceso. No entanto, os homens tinham tanta fome que mandaram um deles buscar fogo emprestado das  mulheres. Nesta época havia cinco homens.
            Um dos homens desceu até o rio, o atravessou e, do outro lado, encontrou uma mulher que recolhia algumas sementes de uma planta. Ele pediu um pouco de fogo. Então ela lhe disse: “ Venha comigo até a aldeia. Eu darei a você um pouco de fogo”. E o homem foi junto com a mulher. Quando chegaram à cabana da mulher, ela disse: “Você está com muita  fome, espere um pouco que eu vou cozinhar essas    sementes”! O homem sentou e esperou. A mulher  moeu as sementes com um pilão, e da farinha fez uma polenta. Quando a polenta ficou cozida, deu-a ao homem e pegou um pouco para si.
            E o homem disse: “Bem, eu ficarei aqui com você porque isso é agradável!” E ele não retornou aos seus companheiros para levar-lhes o fogo.
            Os outros homens ficaram esperando, mas como a fome aumentava, decidiram encarregar outro deles para buscar o fogo. O homem partiu e  encontrou também uma mulher, que o convidou para a sua cabana, deu-lhe polenta e ele também não retornou com o fogo.
            Da mesma maneira que aconteceu com o 1° e o 2° homem, saíram para buscar o fogo o 3° e o 4°. Igualmente encontraram cada um deles uma mulher e não voltaram mais, ficando somente o 5°.
            A essa altura, o antílope começava a apodrecer. Esse último homem, não conseguindo comer a carne do animal, pegou seu arco e suas flechas e fugiu, perdendo-se pelo mundo.
            Foi assim que se originou o matrimônio entre o homem e a mulher.

Mito do povo Bosquímanos da região Kalaharí, África.


Encaminhamento:

* Contar a história e explorar o texto:

- que é um mito?

- o que aconteceu com as mulheres e os homens?
- quando alguém se une a outra pessoa como pode ser chamado este ato?
- faça uma ilustração deste mito.


* Apresentar algumas imagens de casamentos nas diferentes tradições religiosas e conversar com os alunos verificando se todas as imagens são iguais ( casamentos: católico, evangélico, indígena, islâmico, candomblé, hinduísta, judaico ).


* A professora providencia imagens grandes de diferentes celebrações de casamentos e monta um jogo da memória, onde os alunos distribuídos em dois grupos irão procurar e achar o par.




* Assistir ao vídeo do casamento na Tradição Religiosa da Umbanda e do Candomblé:








* Conversar com os alunos sobre os símbolos, as vestes, o celebrante, convidados.


* Entregar a palavra casamento com as sílabas trocadas e solicitar que os alunos montem e colem no caderno.


MEN - CA - TO - SA

* Mostrar alguns símbolos e solicitar que os alunos relatem outros que foram utilizados no rito do casamento e desenhar no caderno nomeando-os.




* Entregar para os alunos quebra-cabeças de casamentos nas diversas tradições religiosas (confeccionados pela professora) para que possam montar.
 

* Solicitar que os alunos juntamente com a família tragam de casa imagens de casamento nas diferentes tradições religiosas.
 
 
* Montar com as imagens  trazidas de casa um painel.

 


* Localizar no mapa mundi de onde é o Mito do matrimônio, (África) explicar que muitas pessoas desse continente vieram para o Brasil há muitos anos atrás.

* Cantar com os alunos a seguinte música, enquanto cantar apresentar aos alunos imagens dos elementos que aparecem:
 
Acarajé, cuscuz, vatapá
Que comida gostosa
Vem saborear,
Lá,lá,lá,lá,lá,lá iaiá
         
Vem o samba, o batuque, a capoeira
Tá fora a tristeza
E vamos dançar
Lá,lá,lá,lá,lá,lá iaiá
A umbanda e o candomblé
Religiões brasileiras
Que trazem axé.
Lá,lá,lá,lá,lá,lá iaiá

* Montar a palavra África e colar no caderno, F C R Á I A

* Colocar um samba e para que os alunos sintam o ritmo e dancem, que ritmo é?

* Entregar o mapa da África, solicitar que os alunos pintem e colem no caderno.




* Solicitar para encerramento das atividades solicitar que os alunos juntamente com a família procurem imagens de como a cultura, religião, alimentação africana contribuíram para a formação do povo brasileiro.

Bom é isso aí pessoal, foi desta maneira que os alunos do 1° ano aprenderam um pouco mais sobre a tradição africana em 2013


14 de janeiro de 2014

XINTOÍSMO - 1° ANO

Para iniciar as aulas sobre a matriz oriental com os alunos do 1° ano, contei a eles a história: Vaso Chinês:
Fizemos uma reflexão sobre o pequeno conto, dramatizamos e conversamos sobre a atitude da senhora.
Cada um levou para casa uma pesquisa onde junto com a família teria que responder:
 


 Na aula seguinte  cada aluno ganhou este desenho. Cada um teria que continuar a ilustração do conto:
* Desenhar o balde que estava faltando;
* Como ficava o caminho por onde a água caia;
* A pessoa que carregava o balde;
Explicar para os alunos que de onde veio este conto, as pessoas também tem uma tradição religiosa e que ela se chama Xintoísmo.
Mostrar algumas imagens do Sol, Lua, plantação de arroz, rios, animais e contar aos alunos que esses elementos têm  força, energia e que essas são chamadas de Kami
Solicitar aos alunos que desenhem esses Kamis no caderno.
 
´presentar aos alunos o Torií, o portal xintoísta que separa o mundo sagrado do mundo profano. Explicar que ele é sagrado e que está presente em vários lugares da China, principalmente onde existem os templos.
 
Como lição de casa solicitar aos alunos que traga colado ou desenhado em seu caderno o lugar sagrado que frequentam e se não frequentam nenhum, colar ou ilustrar aquele que fica próximo a sua  casa.
Esta atividade será socializada por todos. Os alunos mostraram para os colegas os lugares sagrados que frequentam ou que são próximos a suas casas. ( Foi bem interessante pois quando os alunos começaram a fala os colegas já iam identificando que conheciam  porque já haviam passado perto, frequentaram ou que também iam a este local com a família).
 
Conversamos sobre o que havia nestes locais, qual era a pessoa que orava, rezava, enfim conduzia o rito. Neste momento apresentei aos alunos o Torií. Símbolo Xintoísta.
Eles pintaram e colaram no caderno, conversamos sobre as cores, pois são pintados de preto e vermelho e em algumas construções banco e preto.
 
 
Os alunos viram várias imagens de Toriís, retiradas da internet e que cada uma delas estava próxima a um lugar sagrado.
A partir daí mostrei aos alunos alguns espaços religiosos xintoístas.
 





 DEstes santuários dei aos alunos o Santuário de Ise para pintar.
E para finalizar contei aos alunos que os xintoístas acreditam no kami Inari, protetor das plantações. em muitos templos o animal que é representado como mensageira de Inari é Katsune, uma raposa. Quanto mais velha e mais sábia for a raposa mais caudas ela terá, podendo ter até 9 caudas.


Espero que vocês gostem pois foi esta tradição religiosa que escolhi para trabalhar com os alunos no término de 2013.
Um abraço a todos!!!

13 de janeiro de 2014

TURISMO EDUCACIONAL

Em Curitiba, a Mesquita Imam Ali Ibn Abi Taleb, oferece o turismo educacional. Atividade esta que enriquece muito o trabalho do professor e ajuda os alunos a aprenderem e compreenderem um pouco melhor esta tradição religiosa.
O nosso objetivo com a proposta de turismo educacional e proporcionar uma experiência concreta dos conteúdos desenvolvidos em sala de aula pelos professores com relação a religião e a cultura islâmica.
O publico alvo são alunos de 1° e 2° graus assim como universitários das mais diversas instituições educacionais do país.
Nesta visita os alunos poderão:
* visitar o espaço sagrado da mesquita de Curitiba
* ouvir uma palestra de + - uma hora sobre os princípios e práticas do islamismo
* fotografar a vontade para registrar como memória a visita
* esclarecerem suas duvidas com professor especializado em religião
A visitas podem ser agendadas previamente através neste contato:
Clique no link abaixo para visualizar a mesquita em 360°

http://chanfotos.com/arquivos/6_out.swf

AS VISITAS PODEM SER AGENDADAS PREVIAMENTE ATRAVÉS NESTE CONTATO:
INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS ISLÂMICOS.
E-MAIL: ibeipr@ibeipr.com.br
RESPONSÁVEL : PROFESSOR GAMAL FOUAD EL-OUMAIRI
TELEFONE : 041 3222-4515
Fonte: http://www.ibeipr.com.br/index.php

MITOS E LINGUAGEM UNIVERSAL

Há semelhanças entre a Bíblia e os mitos de origem de outros povos.

A água primordial

•    O relato bíblico diz que Deus reuniu as águas e apareceu o solo seco. Deus chamou ao seco “terra” e às águas “mar” (cf. Gn 1,9-10).
•    No mito babilônio, há um casal de deuses criadores: Apsu, o mar doce e Tiamat, o mar salgado.
•    Para os sumérios, o deus Utu tirou a terra do caos, vencendo o dilúvio com sua barca. Outro relato atribui a criação à deusa Nammu, o “mar mãe”, da qual nasceu a terra.
•    Os cananeus tinham o deus Baal que tudo criou ao vencer Yam, deus oceano, dono da água da vida.
•    Os primeiros egípcios veneravam Rá, filho do rio Nilo e pai de Aton, o deus sol criador da terra. Em outro mito egípcio o criador é Ptá, que nasceu dos mares primordiais.
•    Prajapati, o mais antigo deus da Índia, surgiu do oceano primordial. Seu pranto de solidão gerou os continentes.
•    O primeiro deus do xintoísmo japonês, Kunitokotachi, nasceu do oceano, organizou o caos das águas e criou as ilhas do Japão. Para os Aimos, ancestrais do Japão, a vida nasceu do pântano, onde se mistura com a terra.
•    Nas ilhas do Pacífico a mitologia recorda o criador Ta’roa, senhor do oceano e criador da terra. 
•    Os siberianos crêem que o deus Ulgan trouxe do fundo do mar a matéria prima do primeiro ser vivo.  
•    Os Maias ensinavam que a terra atual surgiu da água, pela ação do deus Tohil, depois que o dilúvio cobriu a terra anterior.
•    Também os aborígenes da Austrália crêem que esta terra não é a primeira. Ela surgiu após o dilúvio causado pela deusa Mudungkala. Outra versão, diz que o dilúvio foi causado pelo casal de deuses Wandginas, que pouparam duas crianças, encarregadas de repovoar a terra.
•    Para os Incas, as lágrimas do criador Viracocha, formaram o lago Titicaca, na Bolívia, do qual emergiram Inti, o deus sol e Mama-Quila a deusa lua. A terceira filha do lago foi a terra: Pacha-mamma.
•    A mitologia indígena brasileira tem diversos relatos de dilúvios e recriação da terra.

A matéria humana primordial 

•    A linguagem mítica da Bíblia, interpreta a origem do ser humano como filho da terra, componente da criação, quando diz que o Senhor Deus o moldou do pó.  (cf. Gn 2,7).
•    Para as tribos Dogons, do norte da África, o ser humano veio da união entre a terra e o deus criador Amma.
•    Já os Iorubás, da África central, contam que o deus Orixalá tirou a criação de um punhado de terra que guardava dentro de uma concha de caracol.
•    As religiões da Mesopotâmia acreditavam que Ninmah, deus do nascimento, criou as pessoas do barro, orientado por Enki, deus da sabedoria.
•    No zoroastrismo persa, o primeiro casal nasceu da terra fecundada pelo deus Gayomart.
•    Na mitologia grega foi o semi-deus Prometeu que moldou do barro o primeiro ser humano.
•    O deus Ulgan da Sibéria fez o primeiro homem, Erlk, com a lama do fundo do mar.
•    Para os Inuit do Alasca o ser humano foi feito do barro pelas mãos do deus Tulungersk.
•    Os indígenas Alonquinos, dos Estados Unidos veneram o deus Glooskar que criou as pessoas do pó da Mãe-Terra.
•    Já para os Ienape americanos, quem moldou o homem do barro foi o criador Welsit Manatu.
•    Na mitologia inca, Viracocha tirou do lago Titicaca, a terra e da terra fez o ser humano.
•    Uma das variantes mitológicas das ilhas do Pacífico dá ao deus criador o nome de Vari, que significa barro. Toda a criação saiu do corpo do deus barro.

Materiais de apoio para trabalhar mitos e sonhos atuais



Buscas e sonhos de adolescentes – escanear
DVD – cód. 17032-1
Paulinas Multimídia
Sete breves histórias sem texto, repletas de símbolos e cenas sugestivas, abordam mitos e sonhos cotidianos como, namoro, massificação, consumismo, desejos e limites... E ameaças como tráfico de crianças, drogas, prostituição e trabalho infanto-juvenil.






O livro das origens
Textos recontados por José Arrabal e ilustrados por Andréa Vilela.
Coleção Mito e magia, cód. 9844-2 – Paulinas
Mitos de origem africanos e indígenas, com ilustração capaz de transportar o leitor para a linguagem do mito, da utopia e do encanto.
Livro selecionado pelo Projeto Nacional Biblioteca na Escola, do Ministério da Educação.








Lendas brasileiras - Centro-Oeste e Sul  
Textos recontados por José Arrabal e ilustrados por Sérgio Palmiro
Coleção Mito e magia – cód. 50266-9 – Paulinas Lendas populares e mitos indígenas: A origem do fogo, do povo Gaingangue; O mito da criação, dos Carajás e o nascimento das estrelas na narrativa Bororo, entre outros, formam um portal de entrada na mitologia brasileira.




Onde estamos? 
Ely Barbosa
Coleção Sabor Amizade – cód. 8348-8 - Paulinas“Venha comigo fazer a mais longa de todas as viagens... Sonhar é preciso.” Assim o autor e desenhista Ely Barbosa convida o leitor a viajar pelo bairro, a cidade, o país, a terra, o universo... e concluir que vivemos na casa que Deus fez para nós.   

 
Inserido por: Diálogo



FONTE: PORTAL PAULINAS

PRECES-SABEDORIA DAS RELIGIÕES

Preces

Data de publicação: 17/12/2013

O pensamento me leva a voar



Senhor, eu te agradeço!
Não posso andar,
Mas meu pensamento vai aonde eu quiser.
Não me levanto,
Mas meu espírito sobe em busca da luz.
Não sinto parte do meu corpo,
Mas o amor que me rodeia me toca por inteiro.
Minha voz pode ecoar no universo
em favor de meu irmão.
Meus braços podem abraçar a humanidade.
Meu trabalho é grande e pode ficar muito maior,
Porque tenho grande quantidade de energia,
Pois ela emana de ti, fonte inesgotável.
Senhor, eu te agradeço
Por me ensinar a reparar nas partes
mais sutis do meu ser,
E por desviar minha atenção egocêntrica,
Ampliando minha visão para a família humana.
Senhor, eu te agradeço,
Porque me criaste para ser útil
E agora eu tenho plena consciência disso.
Senhor, eu sinto dores,
Mas elas também têm sua utilidade:
Evidenciam o amor de minha esposa
e de meus filhos,
Fortalecem minha esperança,
Me fazem acreditar na ciência.
Hoje, dou atenção às dores dos outros,
Porque conheço a dificuldade
de não ser compreendido.
Vejo com olhos compassivos
a insensibilidade, o egoísmo,
a indiferença e as reclamações
de pessoas que me rodeiam, porque sei
que elas ainda acordarão para um chamado teu.

Roberto Rodrigues Rios tem deficiência física.
É jornalista, radialista e palestrante espírita.
Site: www.saci.org.br



Prece árabe

Senhor, nosso Deus,
tua ajuda e tua ternura
curam nossas feridas.
Tua bondade e tua generosidade
enriquecem nossa pobreza.

Tua proteção nos liberta do medo.
Tua força reanima nossa fraqueza.
Teu amor generoso satisfaz nossa carência.
Tua riqueza cumula de bens o nosso nada.

Ali Ben Husayn


Prece judaica

Tu és glorificado com todos os louvores,
Tu, que guias o teu mundo com bondade
E tuas criaturas com clemência
A ti somente rendemos graças
Mesmo que nossa boca fosse cheia de cânticos
Como o mar de águas
Que nossa língua transbordasse de júbilo
Como o mar de ondas
Nossos lábios de glorificação como o firmamento do céu
Mesmo que os nossos olhos resplandecessem
Como o sol e como a lua
E as nossas mãos fossem abertas
Como as asas da águia nos céus
E os nossos pés ligeiros e velozes como os do veado
Não estaríamos na altura
de reconhecer
Os teus merecimentos,
Ó Eterno nosso Deus e Deus
de nossos pais.

Sidur, livro de orações do judaísmo



Uno, débil e forte

Minha alma me mostrou
Que não sou maior que um pigmeu
Nem menor do que um gigante.

Antes, via a humanidade
Dividida em dois lados
Um débil de que me compadecia
Um outro forte que eu seguia.

Aprendi agora
A ser como um e outro
Feito dos mesmos elementos.

A minha origem é a sua origem
A minha consciência é a sua consciência
O meu peregrinar é o seu peregrinar.

Se se elevam, subo com eles
Se permanecem inertes
Sua inércia me pervade.


Kahlil Gibran, Para além das palavras, Paulinas
Fonte: Diálogo 40 - Out/2005
Inserido por: Diálogo

DHARMA NATALINO - UMA VISÃO BUDISTA DO NATAL

Sei que o Natal já passou mas achei o texto tão interessante que resolvi compartilhar com vocês. Pode ficar para que no final de 2014 aí então  poderemos utilizá-lo.


Um paralelo entre o budismo e o cristianismo. Ensinamento do Lama Thubten Yeshe (1935-1984) sobre o natal na visão budista. Texto publicado em português pelo extinto site Dharmanet.
Quando nos virmos na véspera de Natal para a celebração do sagrado nascimento de Jesus, vamos fazer isso em paz, com uma boa vibração e com uma mente feliz. Acho que isso seria maravilhoso. Participar com uma disposição raivosa seria muito triste. Ao invés disso, venham com uma bela motivação e com muito amor. Não tenham discriminação, mas sim vejam tudo como uma flor dourada, até mesmo o seu pior inimigo. Então o Natal, que muitas vezes produz uma mente agitada, se tornará muito belo.
Quando vocês mudarem sua atitude mental, a visão externa também mudará. Isto é uma verdadeira mudança da mente. Não há dúvida quanto a isso. Eu não sou especial mas tive a experiência de fazer isso, e funciona. Vocês são inteligentes, então podem entender como a mente tem esta habilidade de mudar a si mesma e ao seu ambiente. Não há razão pela qual esta mudança não possa ser para a melhor.
Alguns de vocês podem pensar, “Oh, eu não quero ter nada a ver com Jesus, nada a ver com a Bíblia.” Esta é uma atitude muito raivosa e emocional diante do Cristianismo. Se vocês realmente entenderam, reconhecerão que o que Jesus ensinou foi, “Amor!” É tão simples e profundo quanto isso. Se tiverem o verdadeiro amor dentro de vocês, estou certo que se sentiriam mais pacíficos do que agora.
Como vocês normalmente pensam sobre o amor? Sejam honestos. É sempre envolvido com discriminações, não é? Apenas olhem ao redor desta sala e vejam como qualquer um aqui é um objeto de seu amor. Por que vocês discriminam tão agudamente entre amigo e inimigo? Por que vocês vêem essa grande diferença entre vocês mesmos e os outros?
No ensinamento budista, esta atitude falsamente discriminadora é chamada dualismo. Jesus disse que essa atitude é o oposto do verdadeiro amor. Portanto, há alguém entre nós que tenha o amor puro do qual Jesus estava falando? Se não, não devemos criticar seus ensinamentos ou achar que eles são irrelevantes para nós. Somos aqueles que entenderam mal — talvez conheçamos as palavras de seus ensinamentos mas nunca agimos sobre elas.
Há muitas frases belas na Bíblia mas eu não me lembro de ter lido sobre Jesus dizendo que, sem fazer qualquer coisa — sem se preparar de algum modo —, o Espírito Santo desceria sobre vocês. Se vocês não agirem do modo que Ele disse que deveriam, não há Espírito Santo existente em qualquer lugar para vocês. O que li na Bíblia tem a mesma conotação dos ensinamentos budistas sobre o equilíbrio, a compaixão e a mudança do apego ao ego em amor para os outros. Pode não ser imediatamente óbvio como treinar a mente para desenvolver estas atitudes, mas é certamente possível fazer isso. Apenas o nosso egoísmo e mente fechada podem nos impedir.
Com verdadeiras realizações, a mente não fica mais preocupada egoisticamente com a sua própria salvação. Com o verdadeiro amor, não mais nos comportamos dualistamente, sentindo muito apego a algumas pessoas, distante de outras e totalmente indiferente para o resto. É muito simples. Na personalidade ordinária, a mente é sempre dividida contra si mesma, sempre lutando e perturbando sua própria paz.
Os ensinamentos sobre o amor são muito práticos. Não coloquem a religião em algum lugar acima, no céu, e não se sintam fincados aqui embaixo, na Terra. Se as ações do corpo, da fala e da mente estiverem de acordo com a bondade amorosa, vocês automaticamente se tornarão verdadeiros religiosos. Ser religioso não significa que vocês participam de certos ensinamentos. Se vocês ouvirem os ensinamentos e os interpretarem mal, serão de fato o oposto do religioso. E é apenas por não entenderem um certo ensinamento que vocês abusam da religião.
A falta de um entendimento conduz ao sectarismo. O ego sente, “Eu sou um budista, portanto o Cristianismo deve estar todo errado.” Isto é muito prejudicial para o verdadeiro sentimento religioso. Vocês não destroem uma religião com bombas, mas sim com o ódio. Ainda mais, vocês destroem a paz da mente. Não importa se vocês expressam seu ódio com palavras ou não. Os meros pensamentos de ódio automaticamente destroem sua paz.
Do mesmo modo, o verdadeiro amor não depende da expressão física. Vocês devem realizar isto. O verdadeiro amor é um sentimento profundo dentro de vocês. Não é apenas uma questão de ter um sorriso no rosto e parecer feliz. Ao invés disso, ele surge do entendimento sincero do sofrimento de cada ser e se irradia para eles indiscriminadamente. Ele não favorece alguns poucos escolhidos com a exclusão de todos os outros.
Além disso, se alguém nos bate e reagimos com raiva ou grande alarme, chorando, “O que aconteceu comigo?”, isto também não tem a ver com uma mente que conhece o verdadeiro significado do verdadeiro amor. É apenas a preocupação ignorante do ego dentro de seu próprio bem estar. É muito mais sábio realizar, “Ser batido não me prejudica realmente. Minha delusão do ódio é um inimigo que me prejudica muito mais do que isto.” Refletir assim permite que o verdadeiro amor cresça.

Lama Thubten Yeshe
nasceu no Tibet, em 1935. Aos seis anos de idade, ele entrou para o Monastério de Sera, em Lhasa, onde estudou até 1959, pois a invasão chinesa ao Tibet o forçou a exilar-se na Índia. Lama Yeshe continuou estudando e meditando na Índia até 1967, quando, com o seu discípulo principal Lama Thubten Zopa Rimpoche, foi para o Nepal. Dois anos depois, ele estabeleceu o Monastério de Kopan, perto de Kathmandu, para ensinar o Budismo aos ocidentais. Em 1974, os Lamas começaram a fazer excursões anuais ao Ocidente para dar ensinamentos, e como resultado destas viagens, uma rede mundial de centros de estudo budista e meditação – a Fundação para a Preservação da Tradição Mahayana começou a desenvolver-se. Em 1984, depois de proferir uma década intensa sobre uma grande variedade de ensinamentos incríveis e estabelecer uma atividade da FPMT após a outra, aos quarenta nove anos, Lama Yeshe faleceu. Ele renasceu como Ösel Hita Torres, na Espanha, em 1985.


CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

No evento que aconteceu durante a II Jornada de Ensino Religioso nos dias 21 e 22 de outubro de 2013 foram apresentadas algumas histórias de diferentes tradições religiosas.  As histórias estão no formato de áudio e textos escritos para que o professor possa optar pela melhor forma de reproduzir esse material para seus alunos.


Segue o link para que possam baixar em forma de áudio e texto.

Este é um ótimo material para ser trabalhado com os alunos.

Áudio e texto:



Igreja Luterana - Jesus Cura um Cego de Nascença


Seicho-no-ie - O Menino Feliz


Zen Budismo - Uma Noite Sem Abrigo


Islamismo - Maria, Mãe de Jesus


Igreja Messiânica - Paraíso Existe?


Umbanda - O Amor deOxum e Exu


Todo Igarapé um dia se junta ao rio Tapajós


Espero que aproveitem muito este material que é riquíssimo em seu conteúdo.