26 de fevereiro de 2024

IMPORTANTE, ESPECIAL - VÍDEO NOVO NO CANAL

 Esse é o novo vídeo que será disponibilizado no canal!

Com ele é possível iniciar o trabalho com qualquer um dos conteúdos de Ensino Religioso no Ensino Fundamental I.








27 de setembro de 2023

IDEIAS DE DIVINDADE - 4º ANO

CONTEÚDO: • Ideias de divindades

OBJETIVOS: • Identificar nomes, significados e representações de divindades nos contextos familiar e comunitário, contemplando as quatro matrizes. 

• Reconhecer e respeitar as ideias de divindades de diferentes manifestações e tradições religiosas das quatro matrizes.

Vamos conhecer brincando quem é essa divindade? 




10 de setembro de 2023

OBALUAÊ DESOBEDECE À SUA MÃE E É CASTIGADO COM A VARÍOLA

Segue uma sugestão de um dos mitos de Obaluaê para trabalhar com os estudantes:

É possivel trabalhar no conteúdo Textos Orais e Alimentos Sagrados, logo posto as atividades que estou pensando em fazer 


 Obaluaê desobedece à mãe e é castigado com a varíola.


          Obaluaê era um menino muito desobediente.

        Um dia, ele estava brincando perto de um lindo jardim repleto de flores brancas.

https://centraldetecidos.com.br/
painel-orixas/painel-orixa-
obaluae-pipoca--p 
       Sua mãe lhe havia dito que ele não deveria pisar nas flores, mas Obaluaê desobedeceu à sua mãe e pisou as flores de propósito.

     Ela não disse nada, mas quando Obaluaê deu-se conta estava ficando com o corpo coberto por pequeninas flores brancas, que foram se transformando em pústulas, bolhas horríveis.

        Obaluaê ficou com medo.

        Gritava pedindo à sua mãe que o livrasse daquela peste, a varíola.

      A mãe de Obaluaê lhe disse que aquilo acontecera como castigo porque ele havia sido desobediente, mas iria ajudá-lo.

       Ela pegou um punhado de pipocas e jogou no corpo dele e, como por encanto, as feridas foram desaparecendo.

        Obaluaê saiu do jardim tão bom como quando havia entrado.


Fonte: Livro: Mitologia dos orixás - Reginaldo Prandi, página 204

9 de setembro de 2023

REPRESENTAÇÕES RELIGIOSAS NA ARTE, REPRESENTAÇÕES RELIGIOSAS NAS FESTAS POPYLARES E REPRESENTAÇÕES RELIGIOSAS NA CULTURA POPULAR

 Conteúdo: Representações religiosas na arte, representações religiosas nas festas populares. e representações religiosas na cultura popular.

Objetivo: Identificar representações religiosas em diferentes expressões artísticas (pintura, arquitetura, esculturas, ícones, símbolos, imagens), reconhecendo-as como parte da identidade de diferentes culturas e tradições religiosas das quatro matrizes.

• Reconhecer representações religiosas em festas populares do Brasil e do mundo, contemplando as quatro matrizes.

• Identificar a presença de elementos religiosos na cultura popular (expressões, instrumentos, imagens, etc.).

Levar essa pintura, em tamanho ampliado ou entregar uma para cada estudante. 

http://sanbertini.blogspot.com/2009/10/102-sao-joao-60x80.html

Explorar: Qual momento está sendo retratado na pintura? - FESTA JUNINA. 
Que elementos mostram isso nessa pintura? 

Os estudantes irão elencar pelo menos 5 desses elemetos no caderno. Em seguida a professora fará uma lista com todos os elementos, cada um dos estudantes poderá falar 1 elemento.

Ao ver a PINTURA, e os ELEMENTOS por que  a Festa Junina é comemorada?

A Festa Junina é muito popular entre os brasileiros, sendo a segunda maior comemoração do ano, ficando atrás apenas do Carnaval. A celebração acontece desde o século XVII, após a chegada dos portugueses ao país. A festa que já era popular na Europa, foi aos poucos se intensificando no Brasil. (...)
A Festa Junina originou-se na Antiguidade – antes mesmo da Idade Média, pelos pagãos (politeístas, ou seja, adoravam mais de um Deus). O povo comemorava o solstício de verão (no hemisfério norte) e solstício de inverno (no hemisfério sul) no mês de junho em homenagem aos Deuses da natureza e da fertilidade, e as fogueiras faziam parte da tradição.
Com a Cristianização (processo de conversão ao cristianismo – crença de um único Deus, após evangelização Jesus Cristo) a Festa Junina sofreu algumas mudanças, considerando que a Igreja não conseguia acabar com sua popularidade.
O período de solstício coincidia com datas de comemoração aos santos da Igreja Cristã, como São João Batista (24 de junho), Santo Antônio (13 de junho) e São Pedro (29 de junho). A Igreja então, aderiu à festa atribuindo caráter religioso.
Texto para o/a professora.

Conversar com os estudantes sobre como cada uma das expressões referentes aos santos do mês de julho são conhecidas e utilizadas na cultura popular.

Hábito do bolo de Santo Antônio, achar a medalhinha, vai encontrar o casamento.

Mostrar algumas imagens de bolos de Santo Antônio como um arte a ser feita.

https://www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/eventos/bolo-de-santo-antonio-sera-vendido-com-drive-thru-e-tem-ate-sabor-chocolate/

As chaves do céu estão com São Pedro. Por que São Pedro tem a chave do céu?

As chaves na mão de São Pedro simbolizam a autoridade que ele recebeu do próprio Jesus Cristo, que lhe disse: 'Eu te darei as chaves do Reino dos Céus. Tudo o que ligares na terra será ligado no Céu; e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu'.

Batista era só seis meses mais velho que Jesus e de acordo com historiadores, ele teria se tornado um profeta que anunciou Cristo como “Cordeiro de Deus''. Ele é conhecido na religião católica como “a voz que grita no deserto'' e é testemunha da Luz, que no caso é Jesus.

É muito comum a comemoração das Festas Juninas em diferentes lugares no Brasil devido a sua forma “cultural” de se apresentar. As festas juninas no Nordeste se apresentam atualmente mais como festas turísticas do que propriamente ditas como religiosas. Não que elas não aconteçam nos espaços religiosos.
Fazer as anotações no caderno:

As Festas surgem da comemoração de 3 dias de santos católicos. Entregar as imagens dos 3 santos católicos para que os estudantes colem no caderno:

Fonte das imagens:

Após entregar apresentar a seguinte música junina aos estudantes:


Letra da música (ouvir até  1 minuto e 33 segundos):

Eu pedi numa oração, Ao querido São João, Que me desse um matrimônio, São João disse que não ! São João disse que não ! Isto é lá com Santo Antônio ! 2x Implorei a São João, Desse ao menos um cartão, Que eu levava a Santo Antônio, São João ficou zangado, São João só dá cartão, Com direito a batizado. Implorei a São João, Desse ao menos um cartão, Que eu levava a Santo Antônio, Matrimônio ! Matrimônio ! Isso é lá com Santo Antônio ! São João não me atendendo, A São Pedro fui correndo, Nos portões do paraíso. Disse o velho num sorriso:
Nunca fui casamenteiro! São João não me atendendo, A São Pedro fui correndo, Nos portões do paraíso, Matrimônio! Matrimônio ! Isso é lá com Santo Antônio !... Lamartine Babo Intérpretes: Alfredo Del-Penho, Pedro Miranda e Pedro Paulo Malta

Anotar como cada um dos santos é conhecido popularmente. Os ditos populares referentes aos santos são:

13/06 - Santo Antônio - Ele é o santo casamenteiro;

24/06 - São João - Simbolismo da fogueira, onde Izabel avisou Maria de que estava grávida. Quem batizou Jesus. 

29/06 - São PedroEle é que tem as chaves do céu. 

Finalizar dizendo que a ARTE estava presente na pintura mas, que ao desenvolver o conteúdo foi possível ver a ARTE na música, na festa e nos ditos populares. 

Logo posto como ficou o registro no caderno dos estudantes.

REPRESENTAÇÕES RELIGIOSAS NA ARTE E NA CULTURA POPULAR.

Conteúdo: Representações religiosas na arte e representações religiosas na cultura popular.

Objetivo: Identificar representações religiosas em diferentes expressões artísticas (pintura, arquitetura, esculturas, ícones, símbolos, imagens), reconhecendo-as como parte da identidade de diferentes culturas e tradições religiosas das quatro matrizes.

• Identificar a presença de elementos religiosos na cultura popular (expressões, instrumentos, imagens, etc.).

Iniciamos nossa atividade através do seguinte vídeo:

https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2022/09/27/tradicionais-esculturas-de-orixas-do-dique-do-tororo-em-salvador-sao-entregues-apos-reforma.ghtml

Conversar sobre as imagens que aparecem: as ESCULTURAS DOS ORIXÁS, são uma das formas artísticas pela qual a religião é representada.

Ao assisitir a reportagem é possível perceber também que esses momumentos têm seu reconhecimento internacionalmente. 

Após a conversa incial sobre o 1º vídeo passar esse 2º vídeo, que fala da importância do local para as pessoas adeptas do Candomblé.

Esse vídeo é anterior a reforma. (1º vídeo)


Após visualizarem o 2º vídeo, conversar: para quais pessoas esse lugar é especial? Como ele se torna especial? 

Existe outra escultura que você conheça que represente uma religião? Aqui os estudantes irão trazer suas experiências pessoais.

Entregar a imagem do Dique do Tororó e identificá-la corretamente.

Dique do Tororó da cidade de Salvador, no estado da Bahia, no Brasil, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 

Uma de suas principais características são as oito esculturas de orixás flutuando no espelho d'água. Elas foram instaladas em 1998 e são assinadas pelo artista plástico Tatti Moreno. Representam os orixás Oxum, Ogum, Oxóssi, Xangô, Oxalá, Iemanjá, Nanã e Iansã. 

A atividade a ser realizada, num primeiro momento, será sobre como cada uma das esculturas  é representada, sua cor, símbolos presentes utilizados nas mãos. 

Logo depois os estudantes irão colocar cada uma das imagens em seu respectivo lugar de acordo com a wxplicação - pista.

30 de março de 2023

RITOS E RITUAIS DE INICIAÇÃO - 4º ANO

Segundo a BNCC: Os rituais religiosos são geralmente realizados coletivamente em espaços e territórios sagrados (montanhas, mares, rios, florestas, templos, santuários, caminhos, entre outros), que se distinguem dos demais por seu caráter simbólico. Esses espaços constituem-se em lócus de apropriação simbólico-cultural, onde os diferentes sujeitos se relacionam, constroem, desenvolvem e vivenciam suas identidades religiosas.

UNIDADE TEMÁTICA: manifestações religiosas
OBJETO DE CONHECIMENTO: ritos religiosos
HABILIDADES: (EF04ER01) Identificar ritos presentes no cotidiano pessoal, familiar, escolar e  comunitário.
(EF04ER02) Identificar ritos e suas funções em diferentes manifestações e tradições religiosas.
(EF04ER03) Caracterizar ritos de iniciação e de passagem em diversos grupos religiosos (nascimento, casamento e morte).
(EF04ER04) Identificar as diversas formas de expressão da espiritualidade (orações, cultos, gestos, cantos, dança, meditação) nas diferentes tradições religiosas.

Como no currículo da cidade de Curitiba esse objeto de conhecimento é trabalhado no 1º trimestre, há um tempo muito curto para que os estudantes tenham acesso a um conteúdo tão denso, intenso e siginificativo. 

Esse ano iniciei o trabalho com o RITO DE INICIAÇÃO, com a leitura de alguns ritos de algumas organizações religiosas.

Os estudantes da sala do 4º ano A, B e C foram divididos em pequenos grupos, com 3 a 4 integrantes, para que se reunissem e fizessem a leitura dos textos referentes aos ritos de iniciação nas diferentes religiões. O espaço da escola foi utilizado para que a leitura fosse realizada sem que não houvesse interferência de barulho.

OBS: os grupos eram mistos, com estudantes com uma leitura fluente e com uma leitura ainda em processo de construção. Nesse momento, alertei que nem todos os estudantes deveriam ler mas, todos deveriam ouvir. O grupo que precisasse de ajuda poderia me chamar. 




Após a leitura dos textos, fizemos as anotações: 
a) cada grupo deveria caracteriza o rito de iniciação;
b) qual religião referente ao rito do texto;
c) que rito é esse;

Os textos foram impressos em tamanho A3.





Em seguida os estudantes receberam uma pequena folha de papal almaço com os seguintes itens:

Religião                  /     Rito                   /  Características:

Os estudantes tinham a oportunidade de escrever uma /característica/informação cada um sobre o texto lido ou entrar em um consenso e escrever a mesma característica.

Ao retornar para a sala de aula, fizemos a leitura dos 4 textos e cada grupo leu as características anotadas na folha do grupo.

16 de março de 2023

MITOS INDÍGENAS - ALGUMAS NARRATIVAS

OBS: logo colocarei as referências dos mitos. 

                                                                      A ORIGEM DO FOGO

Os Ticuna, que vivem no Amazonas (Brasil), no Peru e na Colômbia, contam que antigamente os homens não conheciam nem a mandioca-doce nem o fogo.

Uma velha aprendeu com as formigas o segredo da mandioca e, seu amigo, um pássaro noturno, o curiango, lhe fornecia o fogo.

O pássaro guardava o fogo no bico e o usava para cozinhar a mandioca, ao invés de aquecê-la no sol ou nas axilas.

Os homens achavam deliciosos os beijus que a velha fazia e queriam a receita. Ela dizia que os cozinhava simplesmente com o calor do sol. Mas o pássaro achou graça da mentira dela e não aguentou: deu uma gargalhada!

Logo todos viram as chamas saindo de seu bico. Os homens decidiram abrir à força o bico do pássaro e assim roubaram-lhe o fogo.

É por causa disso que hoje em dia os curiangos têm um bico grande. Foi a partir desse dia que os homens puderam usar o fogo para cozinhar!

 

 A ORIGEM DO MILHO

É herói Guarani. Em uma época de grande fome, dois guerreiros procuravam algo o que comer quando se depararam com um enviado de Nhandeiara - o grande espírito.

Este disse-lhes que a solução para a sua procura inútil seria uma luta de morte entre os dois.

O vencido seria sepultado no local em que caísse e logo do seu corpo brotaria uma planta cujas sementes, replantadas e depois comidas resolveriam para sempre o problema com alimentação.

Assim fizeram. Avati, um dos dois, foi morto e de sua cova nasceu a planta de milho.

 

 MITO DA CRIAÇÃO

Tupã, com a ajuda da deusa Araci, haveria descido à terra em um monte da região do Aregúa (Paraguai) e deste local, haveria criado tudo que existe (mares, florestas, animais, etc) e colocado as estrelas no céu.

  

MITO DOS PRIMEIROS HUMANOS

Os primeiros humanos criados por Tupã teriam sido Rupave (O pai dos povos) e Sypave (a mãe dos povos) e estes teriam dado origem a um grande número de filhas e a três filhos, chamados Tumé Arandú (o sábio), Marangatu (o líder generoso) e Japeusá (mentiroso), este último era ladrão e trapaceiro e teria se matado, porém foi ressuscitado como um caranguejo, e deste então todos os caranguejos foram amaldiçoados para andar para trás como Japeusá.

MITO DA CRIAÇÃO DA NOITE

Segundo este mito, nas aldeias de todo o mundo, era sempre dia, e os indígenas nunca paravam de caçar, e as mulheres de limpar e cozinhar.

O sol ia do leste ao oeste e depois fazia o caminho contrário, do oeste ao leste, sempre sem nunca desaparecer.

Um dia, porém, quando Tupã havia saído para caçar, um homem tocou no frágil Sol para saber como funciona, e o Sol se quebrou em mil pedaços.

A partir de então, as trevas reinaram nas aldeias.

Tupã, então, inconformado, recriou o Sol, mas este não voltava mais do Oeste para o Leste, então Tupã criou a Lua e as estrelas para iluminar a noite.

  

VITÓRIA-RÉGIA (OU MUMURU)

A estrela dos lagos Maraí era uma jovem e bela índia, que amava muito a natureza e tinha o hábito de contemplar chegada da Lua e das estrelas.

Nasceu nela, então, um forte desejo de se tornar uma estrela. Perguntou ao pai como surgiam aqueles pontinhos brilhantes no céu e, com grande alegria, soube que Jacy, a Lua, ouvia os desejos das moças e, ao se esconder atrás das montanhas, transformava-as em estrelas.

Muitos dias se passaram sem que a jovem realizasse seu sonho. Maraí resolveu, então, aguardar a chegada da Lua junto aos peixes do lago. Assim que ela apareceu, Maraí, encantada com sua imagem refletida na água, foi sendo atraída para dentro do lago, de onde nunca mais voltou.

A pedido dos peixes, pássaros e outros animais, Maraí não foi levada para o céu. Jacy transformou-a em uma bela planta aquática, que recebeu o nome de vitória-régia (ou mumuru), a estrela dos lagos.

  

O MITO DA MANDIOCA

O pajé de uma aldeia tem um sonho com uma planta desconhecida, e sabe que é uma profecia.

Logo depois, nasce Mani, uma menina de pele branca, como nenhum indígena jamais tinha visto. A indigenazinha morre misteriosamente e, na terra onde é enterrada, nasce uma planta, cuja raiz é tão branca quanto a pele da menina.

 

  MITO DE CRIAÇÃO GUARANI- O SOPRO DE TUPÃ.

No princípio o deus Tupã morava no vazio, numa escuridão sem fim. Primeiro, Tupã criou o céu e as estrelas, onde fez sua morada e abaixo criou as águas.

Depois, Tupã desceu lá de cima, em grande redemoinho. Logo que Tupã tocou as águas, o sol surgiu no arco do céu.

Quando o sol chegou ao ponto mais alto, seu calor rachou a pele de Tupã. E finalmente, quando o sol desapareceu do outro lado do céu, a pele de Tupã caiu do corpo dele, se estendeu sobre as águas e formou as terras.

No dia seguinte, o sol apareceu no céu e percebeu a mudança. O sol chegou novamente ao ponto mais alto e Tupã pegou um pouco de barro, amassou e moldou o primeiro Homem.

Soprou-lhe o nariz e lhe deu vida. O Homem cresceu e ficou grande como Tupã, mas não falava. O grande deus soprou em sua boca e começou a falar.

Então, Tupã soprou na orelha esquerda a inteligência e na orelha direita a sabedoria.

Na cabeça do Homem, Tupã desenhou os raios e trovões sagrados que são os de pensamentos.

No corpo do Homem, Tupã colocou as águas das emoções e dos desejos que se movimentam para criar ou para destruir. Por fim, Tupã deu ao Homem o poder de escolher entre criar e destruir.

Terminada a criação, Tupã voltou para o céu montado em seu redemoinho.

 

 MITO INDÍGENA DO SOL

Antigamente, muito antigamente, no tempo em que vivia entre os Tucuna, o Sol era um moço forte e muito bonito.

Por ocasião da festa de Moça-Nova, o rapaz ajudava sua velha tia no preparo da tinta de urucu.

La à mata e trazia uma madeira muito vermelha, chamada muirapiranga. Cortava a lenha para o fogo onde a velha fervia o urucu para pintar os Tucuna.

A tia do moço era muito mal-humorada, estava sempre a reclamar e a pedir mais lenha. Um dia o Sol trouxe muita muirapiranga e a velha tia ainda resmungava insatisfeita.

O rapaz resolveu então que acabaria com toda aquela trabalheira. Olhou para o fogo que ardia, soltando longe suas faíscas. Olhou para o urucu borbulhante, vermelho, quente.

Desejou beber aquele líquido e pediu permissão à tia que consentiu:

- Bebe, bebe tudo e logo, disse zangada.

Ela julgava e desejava que o moço morresse. Mas, à medida que ia bebendo a tintura quente, o rapaz ia ficando cada vez mais vermelho, tal qual o urucu e a muirapiranga.

Depois, subindo para o céu, intrometeu-se entre as nuvens. E passou desde então a esquentar e a iluminar o mundo.

  

PIRARUCU

Os mitos indígenas contam ainda também a história do Pirarucu, um peixe das águas doces que pode chegar a três metros de cumprimento.

O mito diz que Pirarucu era um guerreiro das tribos Uaias e um jovem muito vaidoso. 

Apesar de ser um excelente guerreiro, gostava de se gabar por ser filho do chefe da aldeia. Ele falava mal dos deuses cultuados por seu povo e quando seu pai saía da aldeia, fazia mal às pessoas sem motivos. 

Certo dia, o deus Tupã, deus dos deuses, consternado com as atitudes de Pirarucu, mandou uma tempestade enquanto o jovem pescava.

Todas as outras pessoas fugiram e o jovem apenas zombou da tempestade. Pirarucu então caiu no rio onde pescava, o rio Tocantins, e foi transformado no peixe.

 

 A ÁGUA SURGIU PELA TARTARUGA HÁ MUITOS ANOS ATRÁS

Os antigos tomavam água do cipó, cortavam todos os dias sem parar, eles bebiam com a família.

Os homens e as mulheres enchiam a cuia grande com a água do cipó no mato e traziam para casa. Os antigos foram caçar longe, na volta encontraram a tartaruga no mato, ela estava no barranco alto.

Eles perguntaram para a tartaruga:

- Você sabe fazer água?

A tartaruga respondeu:

- Eu sei fazer água.

Aí ela começou a cavar o chão, porque a tartaruga tinha casco duro e afiado. A tartaruga enorme falava na língua dos antigos, na mesma língua. Ela foi cavando um buraco até encontrar água.

A tartaruga foi cavando e aumentando a água, bem rápido. Eles voltaram do mato para casa e chegaram. Eles contaram para as pessoas que a tartaruga fez surgir a água e eles acreditaram.

Logo pararam de beber a água do cipó. Eles ficaram contentes porque a tartaruga fez os rios. A tartaruga é que origem à água.

Versão de Peranko Panará

  

MITO DO GUARANÁ

A história diz que na aldeia dos Munducurucânia, havia um casal com um único filho, muito bom e querido por todos. O jovem era a promessa da aldeia. Acreditava-se que ele se tornaria um grande guerreiro.

Então, Jurupari, o deus do mal, ficou com inveja do menino e resolveu lhe tirar a vida. Ele se transformou numa serpente e atacou a criança enquanto este, distraído, colhia frutas.

Então Tupã, rei dos deuses, vendo a tristeza da mãe, mandou que os olhos da criança fossem enterrados. Dali, surgiu o guaranazeiro, cujos fritos tem enorme semelhança com os olhos humanos.

 

 A ORIGEM DO RIO AMAZONAS

Há muitos anos, a Lua e o Sol se apaixonaram. O Sol ficou encantado pela beleza da Lua e a iluminava de paixão.

A Lua ficou sonhando com o calor do Sol e chorava baixinho querendo se aproximar do seu amado. Era um amor bonito que dava gosto de ver, mas eles se amavam à distância.

O Sol, então, mandou os passarinhos pedirem a Lua em casamento. Aquela revoada de pássaros fez um voo fantástico até encontrar a Lua.

Chegaram e pediram a Lua em casamento numa linda canção.

A Lua ficou cheia de alegria. O casamento foi marcado e o céu se enfeitou. As estrelas brilharam ainda mais e as nuvens criaram desenhos no firmamento. Seria uma festança que duraria um ano inteiro. Mas o mar não gostou e avisou aos noivos:

- O casamento de vocês não pode acontecer! Esse encontro vai destruir o mundo. O amor ardente do Sol vai queimar tudo e a Lua com as suas lágrimas inundaria toda a Terra.

Por isso não podem se casar. A Lua apagaria o fogo e o Sol evaporaria a água.

A Lua não se importou com isso. Queria casar de qualquer jeito. Estava completamente apaixonada. Mas o Sol ficou com medo. Amava muito a Lua, mas não queria destruir o mundo. Separaram-se, então, a Lua para um lado e o Sol para o outro.

Quando a Lua começava a aparecer no céu, o Sol ia embora. A Lua ainda tentou convencer o Sol. Mas não deu jeito. E ela tenta até hoje. E é por isso que, de vez em quando, a Lua e o Sol ficam juntos no céu. Mas aí tudo escurece e o Sol foge de sua amada.

Na primeira separação, a Lua chorou todo o dia e toda a noite. Foi então que as lágrimas correram por cima da Terra até o mar. Mas o mar, que estava zangado com a Lua, não deixou que as lágrimas se misturassem com as suas águas.

E, hoje, o mar ainda tenta acabar com as lágrimas da Lua com um estrondo forte, que os indígenas chamam de pororoca. As lágrimas da Lua é que deram origem ao nosso rio Amazonas.

 

COACYABA – O MITO DO PRIMEIRO BEIJA-FLOR

Os indígenas do Amazonas acreditam que as almas dos mortos se transformam em borboletas. Por este motivo, elas voam de flor em flor, alimentando-se e fortalecendo-se com o mais puro néctar, para suportarem a longa viagem até o céu. 

Coacyaba, uma bondosa indiígena, ficara viúva muito cedo, passando a viver exclusivamente para fazer sua filhinha Guanamby feliz. Todos os dias passeava com a menina pelas campinas de flores, entre pássaros e borboletas.

Desta forma pretendia minimizar a falta que o esposo lhe fazia. Mesmo assim, angustiada, acabou por falecer.

Guanamby ficou só e seu único consolo era visitar o túmulo da mãe, implorando que esta também a levasse para o céu. De tanta tristeza e solidão, a criança foi enfraquecendo cada vez mais e também morreu.

Entretanto, sua alma não se tornou borboleta, ficando aprisionada dentro de uma flor próxima à sepultura da mãe, para com isto permanecer a seu lado.

Enquanto isto, Coacyaba, em forma de borboleta, voava entre as flores, colhendo seu néctar. Ao aproximar-se da flor onde estava Guanamby, ouviu um choro triste, que logo reconheceu. Mas como frágil borboleta, não teria forças para libertar a filhinha.

Pediu então ao Deus Tupã que fizesse dela um pássaro veloz e ágil, que pudesse levar a filha para o céu. Tupã atendeu ao pedido, transformando-a num beija-flor, podendo assim realizar o seu desejo.

Desde então, quando morre uma criança índia órfã de mãe, sua alma permanece guardada dentro de uma flor, esperando que a mãe, em forma de beija-flor, venha buscá-la, para juntas voarem ao céu, onde estarão eternamente.

 

 

O MITO DO BEIJA-FLOR

Existiam dois povos morando à beira de um rio: um povo maior e um povo menor.

O povo menor plantava e pescava com muito afinco e, com isso, começou a ter mais peixe e maior abundância de alimentos. Isso gerou inveja no outro povo, que começou a hostilizar seus vizinhos, primeiro com palavras, depois com gestos e por fim declararam guerra àqueles que, mesmo em menor número, eram mais trabalhadores e eficientes.

Indiferentes a essas questões, dois jovens se enamoraram, porém cada qual pertencia a um povo. O rapaz pertencia ao povo menor e a jovem ao ovo maior.

Apesar da guerra, os dois se encontravam às escondidas, mas um dia os guerreiros do povo da jovem a seguiram e os encontraram namorando. Depois de espancar o rapaz e pensando que ele já estivesse morto, levaram a jovem de volta ao povo.

O Conselho dos Anciãos foi convocado para o julgamento da pobre jovem. A acusação era de traição, já que os povos estavam em guerra e eles acreditavam que ela passava segredos para o outro povo.

A sentença era de morte, mas por ela ser muito jovem e bela, convocaram os xamãs que resolveram transformá-la numa flor.

O rapaz, socorrido por seus guerreiros, sobreviveu ao espancamento e, tão logo se recuperou passou a procurar desesperadamente pela sua amada.

Ele chamou os anciãos e anunciou que iria até o outro povo em busca de seu amor. Eles não permitiram tremenda loucura e tentaram, de toda forma, impedi-lo.

Afirmaram que no seu povo existiam lindas moças que poderiam ser boa esposa e dar-lhe filhos fortes e saudáveis. O rapaz estava irredutível, e os anciãos, vendo tamanha decisão e tristeza do jovem, chamaram os xamãs para ajudá-los.

Depois de muito pensar e sabendo que a jovem amada tinha sido transformada em flor, decidiram transformá-lo em Beija-Flor.

Segundo o mito, é por isto que o Beija-Flor vai de flor em flor, sempre tentando achar a sua amada.