6 de abril de 2022

MITOS DO POVO TICUNA - NARRATIVAS RELIGIOSAS

 

 Objeto de conhecimento/conteúdo:  Mitos nas tradições religiosas.

Habilidades/objetivo:  

• Identificar mitos de criação em diferentes culturas e tradições religiosas, contemplando as quatro matrizes. 

• Reconhecer funções e mensagens religiosas contidas nos mitos de criação (concepções de mundo, natureza, ser humano, divindades, vida e morte), contemplando as quatro matrizes.


Textos apresentados aos 5º anos para que pudessem ler e identificar a função do mito. A atividade realizada foi uma produção de uma história em quadrinhos. Logo posto como ficou.

MITO INDÍGENA DO SOL

Antigamente, muito antigamente, no tempo em que vivia entre os Tucuna, o Sol era um moço forte e muito bonito. Por ocasião da festa de Moça-Nova, o rapaz ajudava sua velha tia no preparo da tinta de   urucu.

Ia à mata e trazia uma madeira muito VERMELHA, CHAMADA muirapiranga. Cortava a lenha para o fogo     onde a velha fervia o urucu para pintar os Tucuna. A tia do moço era muito mal-humorada, estava sempre a reclamar e a pedir mais lenha.

 Um dia o Sol trouxe muita muirapiranga e a velha tia ainda resmungava insatisfeita.

O rapaz resolveu então que acabaria com toda        aquela trabalheira. Olhou para o fogo que ardia, soltando longe suas faíscas. Olhou para o urucu borbulhante, vermelho, quente. Desejou beber        aquele líquido e pediu permissão à tia que consentiu:

- Bebe, bebe tudo e logo, disse zangada.

Ela julgava e desejava que o moço morresse. Mas, à medida que ia bebendo a tintura quente, o rapaz ia     ficando cada vez mais vermelho, tal qual o urucu e a muirapiranga.

Depois, subindo para o céu, intrometeu-se entre as nuvens. E passou desde então a esquentar e a iluminar o mundo.

fonte: https://drive.google.com/file/d/1O86x_PduQBJBodSSs5tYvhtvPbnX2678/view


A SAMAUMEIR A QUE ESCURECIA O MUNDO

NO PRINCÍPIO, ESTAVA TUDO ESCURO, SEMPRE FRIO E SEMPRE NOITE. UMA ENORME SUMAUMEIRA, WOTCHINE, FECHAVA O MUNDO, E POR ISSO NÃO ENTRAVA CLARIDADE NA TERRA.

  YO'I E IPI FICARAM PREOCUPADOS. TINHAM QUE FAZER ALGUMA COISA. PEGARAM UM CAROÇO DE ARARATUCUPI, TCHA, E ATIRARAM NA ÁRVORE PARA VER SE EXISTIA LUZ DO OUTRO LADO. ATRAVÉS DE UM BURAQUINHO, OS IRMÃOS ENXERGARAM UMA PREGUIÇA-REAL QUE PRENDIA LÁ NO CÉU OS GALHOS DA SUMAUMEIRA.  JOGARAM MUITOS E MUITOS CAROÇOS E ASSIM CRIARAM AS ESTRELAS. MAS AINDA NÃO HAVIA CLARIDADE.

 YO'I E IPI FICARAM PENSANDO E DECIDIRAM CONVIDAR TODOS OS ANIMAIS DA MATA PARA AJUDAREM A DERRUBAR A ÁRVORE. MAS NENHUM DELES CONSEGUIU, NEM O PICA-PAU. RESOLVERAM, ENTÃO, OFERECER A IRMÃ AICÜNA EM CASAMENTO PARA QUEM JOGASSE FORMIGAS-DE-FOGO NOS OLHOS DA PREGUIÇA-REAL. O QUATIPURU TENTOU, MAS VOLTOU NO MEIO DO CAMINHO. FINALMENTE AQUELE QUATIPURUZINHO BEM PEQUENO, TAINE, CONSEGUIU SUBIR. JOGOU AS FORMIGAS E A PREGUIÇA SOLTOU O CÉU. A ÁRVORE CAIU E A LUZ APARECEU. TAINE CASOU-SE COM AICÜNA.

Fonte: Ticuna - o livro das árvores 

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