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Os índios da tribo Fulni-ô
vivem no município de Águas Belas, em Pernambuco numa aldeia de 11.500
hectares, localizada a 500 metros da sede da cidade. Sua população é de
aproximadamente 3.600 índios.
Eram conhecidos,
antigamente, como Carijó ou Carnijó e não se conhece o tempo da sua
existência.
A origem do nome
Fulni-ô é muito antiga. Significa "povo da beira do rio" e está
relacionada com o rio Fulni-ô que corre ao longo da aldeia de Águas Belas.
Os índios têm convívio
diário com os não-índios, são todos bilíngües, se vestem como os brancos, mas
não perderam sua identidade. São os únicos indígenas do Nordeste brasileiro que mantêm viva a sua
língua nativa a Yaathe (ou Yathê).
A língua Yaathe, que
significa "nossa boca, nossa fala, nossa língua" é oral, não possui
cartilha. É aprendida pelos índios em casa com os familiares, no convívio
doméstico e, segundo a professora Alieta Rosa, por intermédio de uma
escola bilíngue que a aldeia possui*. Inclusive, existe um livro com o
registro gramatical da língua.
Além da aldeia a comunidade
possui na reserva um outro local de moradia, onde habitam durante três meses
por ano por ocasião dos rituais do Ouricuri.
O Ouricuri é
um retiro religioso secreto, realizado anualmente nos meses de setembro,
outubro e novembro, onde não é permitida a entrada de não-índios (mesmos os que
têm qualquer tipo de parentesco com os Fulni-ô), pois é um espaço sagrado para
eles. Durante esse período os indígenas se mudam para a outra aldeia, também
chamada Ouricuri, distante cerca de cinco quilômetros do local onde habitam,
levando quase tudo que têm, até os bichos de criação.
Até os anos trinta, as
casas dos Fulni-ô eram construídas, exclusivamente, com a palha do ouricuri
(planta da família das palmeiras). Hoje, a aldeia é composta por habitações
individuais de taipa ou alvenaria, semelhantes às das populações pobres do
Nordeste brasileiro.
Os índios vivem do
artesanato da palha do ouricuri, comercializado nas feiras livres da região, da
agricultura de subsistência e de alguma criação de bovinos e suínos. Ainda
praticam a caça e a pesca, mas essas atividades estão quase em extinção, devido
aos desmatamentos e à poluição dos rios da região.
Usam
como instrumentos musicais, o maracá, o toré e a flauta. Tocam também
instrumentos dos brancos como clarinete, pistom, trombone, violão, guitarra.
Possuem até conjuntos e bandas formadas.
Os Fulni-ô utilizam para
curar doenças muitas plantas que sobreviveram ao desmatamento. Possuem um
Centro Fitoterápico de Reprodução de Mudas e Essências Medicinais, mantido com
o apoio da Fundação Nacional da Saúde e da Unesco, onde são cultivadas várias
plantas que servem como remédios populares distribuídos na
aldeia.
Como ornamentos e
decoração são produzidos machados de pedra, bordunas, arcos e flechas.
O uso do cocar,
pintura corporal ou adereços não são marcas dos Fulni-ô. Para eles a origem do
índio é a sua linguagem, por isso conseguiram mantê-la viva até hoje.
FONTE:http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=674&Itemid=188
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