Mitologia Guarani da criação
A
figura primária na maioria das lendas guaranis da criação é Iamandu (ou Nhanderuvuçu ou Tupã),
o deus trovão e realizador de toda a criação. Com a ajuda da deusa lua BIA (ou Jaci), Tupã desceu à Terra
num lugar descrito como um monte na região do Areguá,
no Paraguai,
e, deste local, criou tudo sobre a face da Terra, incluindo o oceano, florestas
e animais. Também as estrelas foram colocadas no céu nesse momento.
Tupã,
então, criou a humanidade (de acordo com a maioria dos mitos guaranis, eles
foram, naturalmente, a primeira raça criada, com todas as outras civilizações
nascidas deles) em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da mulher com
uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar vida nas formas
humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal e partiu.
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Primeiros humanos
Os
humanos originais criados por Tupã eram Rupave e Sypave, nomes que significam
"Pai dos povos" e "Mãe dos povos", respectivamente. O par
teve três filhos e um grande número de filhas. O primeiro dos filhos foi Tumé Arandú,
considerado o mais sábio dos homens e o grande profeta do
povo guarani. O segundo filho foi Marangatu, um líder generoso e benevolente do
seu povo, e pai de Kerana, a mãe dos sete monstros
legendários do mito guarani. Seu terceiro filho foi Japeusá, que foi, desde o nascimento,
considerado um mentiroso, ladrão e trapaceiro, sempre fazendo tudo ao contrário
para confundir as pessoas e tirar vantagem delas. Ele, eventualmente, cometeu suicídio,
afogando-se, mas foi ressuscitado como um caranguejo,
e, desde então, todos os caranguejos foram amaldiçoados para andar para trás
como Japeusá.
Entre
as filhas de Rupave e Sypave, estava Porâsý, notável por sacrificar sua própria
vida para livrar o mundo de um dos sete monstros lendários, diminuindo seu
poder (e portanto o poder do mal como um todo).
Crê-se
que vários dos primeiros humanos ascenderam em suas mortes e se tornaram
entidades menores.
Os sete monstros lendários
Pombero Kerana,
a bela filha de Marangatu, foi capturada pela personificação ou espírito do mau
chamado Tau (em tupi antigo,
Taúba ou Taubymana). Juntos,
eles tiveram sete filhos, que foram amaldiçoados pela grande deusa Arasy, e
todos, exceto um, nasceram como monstros horríveis.
Os
sete são considerados figuras primárias na mitologia guarani e, enquanto vários
dos deuses menores ou até os humanos originais são esquecidos na tradição
verbal de algumas áreas, estes sete são geralmente mantidos nas lendas. Alguns
são considerados reais até mesmo em tempos modernos, em áreas rurais ou regiões
indígenas. Os sete filhos de Tau e Kerana são, em ordem de nascimento:
Teju Jagua,
deus ou espírito das cavernas e frutas
Mboi Tu'i,
deus dos cursos de água e criaturas aquáticas
Moñai,
deus dos campos abertos. Foi derrotado pelo sacrifício de Porâsý
Jaci Jaterê,
deus da sesta,
único dos sete que não aparece como monstro
Kurupi,
deus da sexualidade e fertilidade
Ao Ao,
deus dos montes e montanhas
Luison,
deus da morte e tudo relacionado a ela.
Acesse: Mitologia, para conhecer outros mitos.
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