Mito do Povo Indígena Tupi
Objetivos: Reconhecer alguns mitos e textos sagrados orais e escritos.
Conteúdo: Linguagens sagradas – textos orais e escritos: – mitos.
Critérios de ensino aprendizagem: Distingue alguns mitos orais e escritos.
Havia entre os indígenas Tupi uma linda jovem chamada Iapuna. À noite, quando as estrelas começavam a piscar no firmamento, sorrateiramente, saia da maloca das mulheres e buscava um pequeno promontório a cinco minutos de distância. E se entregava aos devaneios do céu estrelado.
Conversava com as estrelas. Parecia que levitava como uma nuvem. Um brilho estelar se refletia no rosto jambo. Mas, quando surgia a lua por trás das árvores sonolentas, ficava fascinada. Acompanhava a trajetória da rainha da noite até que seu fulgor apagasse o brilho das outras estrelas. Iapuna sentia a lua como amiga e confidente. Enchia-se de enternecimento pelo seu rosto suave e irradiante.
___ Como gostaria de acariciar esse rosto afável com minhas mãos! - suplicava aos espíritos benfazejos:
___ Espíritos de nossos grandes anciãos, deem-me asas para voar até a lua. Façam-me subir e subir para tocá-la carinhosamente. E nunca acontecia nada.
Mês a mês Iapuna ia até o montículo perto da maloca e se deixava enamorar pela lua. Suplicava aos anciãos mortos, espíritos familiares:
___ Queridos avós, façam que vire uma estrela para poder chegar até a lua e abraçá-la afetuosamente.
Por mais que prolongasse seus devaneios diante da lua e redobrasse as súplicas aos espíritos da tribo Tupi, nunca foi ouvida. Vez por outra enxugava uma lágrima furtiva de decepção, aproximou-se o mais silenciosamente que pôde. Parou, enamorada, contemplando a lua sem sequer piscar os olhos. As pequenas ondas faziam a lua estremecer e sorrir de contentamento.
Iapuna, enternecida, estendeu os braços para abraçá-la como quem vai se entregar ao bem-amado, ou carinhosamente segurar um recém-nascido.
Inclinou-se tanto que acabou caindo na água. Estava tão fascinada que se esqueceu de nadar e manteve os braços na forma do abraço.
Lentamente foi sumindo, embevecida, na água, sempre mais fundo e mais fundo, até deixar de respirar.
A lua, lá do alto, encheu-se de pena de Iapuna. E chorou de tristeza. Uma leve nuvem ofuscou por um momento seu brilho sereníssimo, como se o céu quisesse participar também de sua comoção. Emocionada, a lua novamente chorou.
Mas a lua, com o poder celeste que possui, transformou a linda menina Tupi numa flor magnífica, que se abre à noite e se fecha de manhã. Assim, ela pode acompanhar, enamorada, a lua em seu percurso noturno. A folha guardou a forma do abraço de Iapuna. E é tão forte que pode carregar alguém que pese até 45 quilos, que era o peso da menina, quando morreu de paixão. Sua membrana é ampla para acolher todo o esplendor da lua. Assim elas se contemplam, enamoradas, pelos tempos sem fim.
Os Tupi, que acompanharam o destino triste da triste menina, chamaram essa flor, que existe nos lagos remansos tranquilos, com o nome dela, Iapuna. Os braços que ainda guardam amor à natureza a chamaram, orgulhosamente, de Vitória-régia. e os cientistas, que tomam pouco a sério as histórias dos sábios indígenas, inventaram um nome artificial para ela e a denominaram de ninfeia. Mas ela, na verdade, se chama Iapuna.
E nós, que não entendemos a bela língua tupi, nos contentamos com o sugestivo nome de vitória-régia, como homenagem a Iapuna.
Este mito foi contado com o auxílio de fantoches:
Logo em seguida conversamos sobre o mito do Povo Tupi e claro que os estudantes queriam ver como é esta flor, será que ela existe de verdade? Cabe uma pessoa dentro dela mesmo?
Apresentei algumas imagens da flor para que pudessem ver:
https://pixabay.com/pt/photos/nen%c3%bafar-vit%c3%b3ria-r%c3%a9gia-5558027/
https://www.naturezabela.com.br/2016/12/vitoria-regia-victoria-amazonica.html
As crianças ficaram impressionadas. Após conhecerem este mito, ganharam massa de modelar para confeccionar a Flor de Iapuna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou dessa postagem? Não vá embora sem deixar seu comentário, ele é muito importante para nós!