8 de agosto de 2021

Linguagens Sagradas - 2º ano

 Segue um modelo de atividade para trabalhar o conteúdo: Linguagens Sagradas

Objetivo: Reconhecer alguns mitos e textos sagrados orais que descrevam e expliquem alguns fenômenos da natureza, nas quatro matrizes.

Segue o mito: Como surgiram as ondas do mar

Iemanjá havia sido brindada, no começo dos tempos, com o governo dos mares. Sua alegria não conheceu limites quando entrou na posse do seu azulado e ilimitado império. 

__ Tudo azuladinho! Tudo limpinho!

De fato, naqueles primeiros dias, a deusa dos mares percorria alegremente os seus refrescantes domínios.

Ela sentia os peixes encostando em seu corpo, fazendo cócegas. Todos os seres que compõem o universo marítimo rendiam-lhe simpática vassalagem, incluindo os tubarões e demais criaturas de sua família de predadores, que não ousavam sequer encostar uma barbatana na soberana mares.

Mas o que a agradava mesmo era a limpeza. Como gostava de subir aos céus nas costas de um golfinho – o mais alto possível! “Eia, amigo, para cima, para cima! ” – E observar, quase das nuvens, o grande piso anil do mar, sem uma única ruguinha ou sujeirinha!

Assim estiveram as coisas até que, num certo dia, começou a acontecer uma coisa que antes não aconteceria: a poluição dos mares.

__ Que manchinha é aquela lá em cima? – disse ela, num final radioso de dia, a cavalgar o dorso brilhante do seu golfinho nas profundezas do mar.

Obediente à sua ama, o peixe agitou as suas barbatanas e cauda, imprimindo uma velocidade vertiginosa ao seu corpo. Iemanjá, inclinada para frente como o jóquei, agarrava-se ao dorso do animal, curiosíssima de saber o que se passava lá em cima.

Logo a deusa estava à tona, tomando nas mãos algo.

__ Isto não é daqui! – disse ela, pois conhecia toda e qualquer cacaca dos habitantes do mar.

Com o passar do tempo, a sujeira aumentou, como papel e resíduos artificiais.

Furiosa com aquela invasão, Iemanjá subiu até o céu para pedir explicações a Olorum, que, segundo uma lenda, a ajudara a criar o mundo.

__ De onde vem toda esta imundice? – disse ela, inconformada.

__ Daquelas novas e turbulentas criaturas que criei para habitarem a parte seca do Aiê.

Não demorou nada para a deusa do mar descobrir que se tratava dos homens.

__ E com que direito estas criaturas relaxadas se metem a jogar suas porcarias para dentro dos meus domínios? – esbravejou a deusa. – Veja em que estado está meu vestido!

Realmente, o vestido antes imaculado azul da deusa apresentava agora manchas de um tom marrom.

__ Lave-o, ora! Água é o que não falta no seu império – disse o deus supremo.

__ Água imunda! – disse ela, esquecendo-se das vestes, - Veja só o estado que está!

Iemanjá levou, então, o deus supremo para um ligeiro “tour” aéreo sobre os mares. Do alto puderam ver grandes crostas e sobrenadaram nas águas.

__ Ora, são apenas algumas ilhotas que se formaram! – Disse Olurom, sem querer enxergar a verdade.

__ Não são ilhotas, coisa nenhuma: é pura imundície! Os dois desceram e Olorum constatou que as ilhotas não passavam, de fato, de lixo acumulado.

__ Diga às suas criaturas de barro que parem de emporcalhar meus domínios! – intimou a deusa.

Olorum até que lhes disse que parassem, mas não sabe que advertir os homens e não adverti-los é tudo o mesmo? A emporcalhação continuou. Todo santo dia, homens e mulheres iam à beira da praia arremessar às águas, outrora azuis os seus dejetos e sobras.

Então, a paciência de Iemanjá conheceu o seu fim.

__ Agora chega!

Tomando nas mãos seu leque de prata chamado abebé, Iemanjá começou a agitá-lo com tamanha fúria nas profundezas do mar que logo um grande redemoinho se formou, empurrando grandes massas de água para os lados. Dali a pouco, não houve uma única praia que não tivesse recebido, nos braços de gigantescas ondas, todo o seu lixo de volta.

E desde este dia, as ondas não pararam mais de regurgitar de volta para a terra toda a sujeira que os seres humanos, a despeito do castigo, teimaram em continuar a lançar dentro do mar.

Adaptado de: Franchini, A.S., 1964 – As melhores histórias da mitologia africana/A.S. Franchini & Carmem Seganfredo – Porto Alegre, RS: Artes e Ofícios, 2008.

1 - Perguntar aos estudantes que já foi à praia.

2- O que eles viram?

3- Como as pessoas cuidam desse espaço, será que realmente o mar devolve tudo é jogado nele ou o que está próximo a sua margem que com a maré alta vai para o mar?

4 - Contar que: A sobrevivência da humanidade na Terra está diretamente ligada às condições de nossos oceanos e suas correntes de água, pois além de produzirem a metade do oxigênio disponível, eles ainda regulam as condições climáticas, absorvem grande quantidade de gás carbônico e fornecem alimentos a milhões de pessoas.

Fonte: https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/importancia-dos-ambientes-marinhos.htm

5 - Montar com os estudantes um cartaz, um mural ou ilustrar no caderno, que diferentes formas de vida existe no mar, explicar que segundo o mito africano, quem é adepto da religião acredita que Iemanjá os protege e não somente as pessoas mas tudo que contém ou está no mar. ( nadadores, marinheiros, animais marinhos, embarcações).

Se houve a possibilidade, apresentar aos estudantes que partindo do mito africano: Como surgiram as ondas do mar, o vídeo que mostra como os oceanos são importantes para a vida de todos os seres vivos. 

Agradeço de coração a sua visita ao blog e espero que as sugestões aqui postadas auxiliem no planejamento das suas atividades, mas, ressalto que é de extrema importância que o meu trabalho seja referenciado. A demanda de tempo em pesquisar e elaborar as atividades é muito grande por isso, quando utilizá-las faça as devidas referências por gentileza ou escreva que foram Adaptadas de Adriana Mello

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