Objeto de conhecimento/conteúdo: Mitos nas tradições religiosas e Narrativas religiosas..
Habilidades/objetivo:
• Identificar mitos de criação em diferentes culturas e tradições religiosas, contemplando as quatro matrizes.
• Reconhecer funções e mensagens religiosas contidas nos mitos de criação (concepções de mundo, natureza, ser humano, divindades, vida e morte), contemplando as quatro matrizes.
• Identificar e respeitar acontecimentos sagrados de diferentes culturas e tradições religiosas como recurso para preservar a memória, nas quatro matrizes.
• Conhecer a função e a importância da temporalidade sagrada e diferentes formas de medição do tempo nas organizações religiosas das quatro matrizes.
Nesse trimestre estou trabalhando esses mitos sagrados com os estudantes do 5º ano, foram apresentados 2 narrativas religiosas do Povo Tucuna ou Ticuna.
A atividade era que os estudantes deveriam reproduzi-las no gênero textual de HQ - História em quadrinhos:
A SAMAUMEIR
A QUE ESCURECIA O MUNDO
NO
PRINCÍPIO, ESTAVA TUDO ESCURO, SEMPRE FRIO E SEMPRE NOITE. UMA ENORME
SUMAUMEIRA, WOTCHINE, FECHAVA O MUNDO, E POR ISSO NÃO ENTRAVA CLARIDADE NA
TERRA.
YO'I E
IPI FICARAM PREOCUPADOS. TINHAM QUE FAZER ALGUMA COISA. PEGARAM UM CAROÇO DE ARARATUCUPI,
TCHA, E ATIRARAM NA ÁRVORE PARA VER SE EXISTIA LUZ DO OUTRO LADO. ATRAVÉS DE UM
BURAQUINHO, OS IRMÃOS ENXERGARAM UMA PREGUIÇA-REAL QUE PRENDIA LÁ NO CÉU OS GALHOS
DA SUMAUMEIRA. JOGARAM MUITOS E MUITOS
CAROÇOS E ASSIM CRIARAM AS ESTRELAS. MAS AINDA NÃO HAVIA CLARIDADE.
YO'I E IPI FICARAM PENSANDO E DECIDIRAM
CONVIDAR TODOS OS ANIMAIS DA MATA PARA AJUDAREM A DERRUBAR A ÁRVORE. MAS NENHUM
DELES CONSEGUIU, NEM O PICA-PAU. RESOLVERAM, ENTÃO, OFERECER A IRMÃ AICÜNA EM
CASAMENTO PARA QUEM JOGASSE FORMIGAS-DE-FOGO NOS OLHOS DA PREGUIÇA-REAL. O
QUATIPURU TENTOU, MAS VOLTOU NO MEIO DO CAMINHO. FINALMENTE AQUELE
QUATIPURUZINHO BEM PEQUENO, TAINE, CONSEGUIU SUBIR. JOGOU AS FORMIGAS E A
PREGUIÇA SOLTOU O CÉU. A ÁRVORE CAIU E A LUZ APARECEU. TAINE CASOU-SE COM
AICÜNA.
Fonte: Ticuna - o livro das árvores
MITO INDÍGENA DO SOL
Antigamente, muito antigamente, no tempo em que vivia
entre os Tucuna, o Sol era um moço forte e muito bonito. Por ocasião da festa
de Moça-Nova, o rapaz ajudava sua velha tia no preparo da tinta de urucu.
Ia à mata e trazia uma madeira muito VERMELHA,
CHAMADA muirapiranga. Cortava a lenha para o fogo onde a velha fervia o urucu para pintar os
Tucuna. A tia do moço era muito mal-humorada, estava sempre a reclamar e a pedir
mais lenha.
Um dia o Sol
trouxe muita muirapiranga e a velha tia ainda resmungava insatisfeita.
O rapaz resolveu então que acabaria com toda aquela trabalheira. Olhou para o fogo
que ardia, soltando longe suas faíscas. Olhou para o urucu borbulhante,
vermelho, quente. Desejou beber
aquele líquido e pediu permissão à tia que consentiu:
- Bebe, bebe tudo e logo, disse zangada.
Ela julgava e desejava que o moço morresse. Mas, à
medida que ia bebendo a tintura quente, o rapaz ia ficando cada vez mais vermelho, tal qual o
urucu e a muirapiranga.
Depois, subindo para o céu, intrometeu-se entre as nuvens. E passou
desde então a esquentar e a iluminar o mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou dessa postagem? Não vá embora sem deixar seu comentário, ele é muito importante para nós!